Pilotos acusam TAP de os usar como “bode expiatório” para justificar prejuízos
SPAC recusa quaisquer "responsabilidades pelos maus resultados" da TAP e exige à administração da companhia que redima desta "afronta, reconhecendo o papel dos pilotos no sucesso" da empresa.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a TAP de usar estes profissionais como “bode expiatório” para justificar os prejuízos de 118 milhões de euros que obteve em 2018.
Numa mensagem enviada aos associados e a que a Lusa teve acesso, o sindicato deu conta da sua “estupefação” face a “uma mensagem emitida pela Comissão Executiva da TAP, SGPS aos trabalhadores, bem como de notícias divulgadas pela Comunicação Social sobre os resultados de 2018 da TAP”.
Nessas comunicações, diz o SPAC, “são atribuídas aos pilotos responsabilidades pelos maus resultados da companhia”. O sindicato reitera que se trata de “afirmações falsas que visam branquear os erros de gestão e usar os pilotos como bode expiatório”.
Durante a apresentação de resultados, na semana passada, a TAP referiu que o total de custos operacionais avançou 14,7% em 2018, devido, sobretudo “à existência de custos de natureza extraordinária e não recorrente”.
“Os custos extraordinários com irregularidades são consequência do cancelamento de 2.490 voos que obrigaram ao aluguer de aviões de substituição com tripulações e ao pagamento de indemnizações a passageiros, no total de cerca de 41 milhões de euros, adiantou a TAP, em comunicado.
Posteriormente, “foram alcançados acordos sindicais que asseguram a paz social na empresa”, acrescenta.
O SPAC, por sua vez, garante que, no ano passado, os pilotos, “com prejuízo das suas vidas pessoais, viabilizaram a operação da TAP assente em pressupostos irrealistas face à dimensão do quadro de pilotos.
Conscientes disso, os pilotos nunca optaram por paralisar a sua atividade, mesmo durante o processo de negociação coletiva. Foi esta negociação que viabilizou a operação da TAP”, avança a estrutura sindical.
O SPAC indica ainda que “a paz social obtida pelos pilotos para os próximos quatro anos está a ser posta em causa por estas afirmações irresponsáveis e desajustadas da realidade”.
O sindicato termina a mensagem salientando que “este é o momento para a Comissão Executiva da TAP se redimir desta afronta, reconhecendo o papel e empenho dos pilotos no sucesso da empresa”.
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