Grupo de investidores lesados do BES põe processo nos EUA
Lesados recorreram ao tribunal no Estado onde está sediado o Lone Star para tentarem obter documentação relacionada com a retransmissão da dívida do BES e a venda do Novo Banco.
Há mais um grupo de investidores do Banco Espírito Santo (BES) a recorrer aos tribunais. Desta vez, o processo não foi colocado em Portugal, mas nos EUA. A ação, que está a correr no Texas, Estado onde está sediado o Lone Star, visa a obtenção de documentação relacionada com a retransmissão da dívida do Novo Banco para o “banco mau”, mas também sobre a venda da instituição liderada por António Ramalho.
Atuando em nome dos lesados do banco, o escritório de advogados de Quinn Emanuel pretende que o fundo norte-americano seja obrigado a revelar documentação que poderá servir de prova para novas investidas por parte deste grupo de investidores que, diz, foi lesado em três mil milhões de euros.
É convicção dos queixosos de que o Lone Star e seus subsidiários têm esses documentos já que realizaram due diligences ao Novo Banco no âmbito do processo de aquisição do banco de transição, mas também porque sendo acionista maioritário tem acesso a todos os documentos.
A obtenção destes documentos poderá permitir-lhes perceber como foi feita a retransmissão de obrigações do Novo Banco para o BES, que gerou perdas avultadas aos credores do banco, tendo já levado outros grupos de investidores, com a BlackRock e a Pimco à cabeça, a avançarem com processos contra o Banco de Portugal.
Os investidores que colocaram esta nova ação suspeitam que a retransmissão de obrigações foi feita de forma discriminatória, visando apenas investidores estrangeiros. Querem perceber, por isso, as motivações do Banco de Portugal para a escolha dos títulos que passaram para o “banco mau”.
No final de 2015 o Banco de Portugal decidiu passar a responsabilidade de pagamento de cinco linhas de obrigações detidas maioritariamente por investidores institucionais do Novo Banco para o BES. Essa decisão permitiu melhorar os capitais do banco em quase dois mil milhões de euros, mas implicou perdas avultadas para aos investidores.
A eventual obtenção desta documentação através da ação nos EUA poderá vir a dar força aos lesados do BES no processo que está a decorrer junto dos tribunais em Portugal.
(Notícia atualizada às 11h33 com mais informação)
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