Ramalho sobre a resolução do BES: “Separaram a família, não separaram a family and friends”

António Ramalho foi ao Parlamento explicar a origem das perdas do Novo Banco, que nasceu da resolução do BES em 2014 que separou a família Espírito Santo mas não os amigos.

António Ramalho foi ao Parlamento explicar a origem das perdas do Novo Banco e reconheceu que, se a resolução aplicada ao BES em agosto de 2014 separou a família Espírito Santo do banco bom, não separou “os amigos”. E, por isso, continuaram a haver créditos tóxicos no Novo Banco.

Estas declarações surgem depois de o presidente do Novo Banco, que está a ser ouvido esta quinta-feira no Parlamento por causa dos prejuízos volumosos que vão obrigar o Fundo de Resolução a injetar 1.145 milhões de euros, ter sido questionado pelo deputado socialista João Paulo Correia sobre a razão pela qual a medida de resolução do BES manteve um conjunto de créditos tóxicos no balanço do Novo Banco e não foram transferidos para o banco mau.

António Ramalho admitiu que foi uma resolução que “não foi preparada totalmente” (e lembrou as palavras do presidente do Fundo de Resolução, Máximo dos Santos, que afirmou que estamos perante “uma resolução às prestações”) e que visou sobretudo deixar de lado os ativos de maior risco, como o Banco em Angola, as operações na Líbia e Miami e todo o negócio da família Espírito Santo.

“Mas se separaram a família, não separaram a family and friends (a família e os amigos)”, notou o presidente do Novo Banco.

Ainda assim, no entendimento de António Ramalho, foi correta a decisão de manter os créditos problemáticos na esfera do Novo Banco. Isto porque se fossem transferidos para o banco mau, as autoridades estariam a dar estes empréstimos como totalmente perdidos, com reduzidas hipóteses de recuperá-los junto dos devedores.

Ramalho adiantou aos deputados que dos 44 créditos mais mediáticos, no valor de 4,2 mil milhões de euros, já recuperou 1,5 mil milhões de euros, dos quais 500 milhões de euros em ativos e imóveis e mil milhões em dinheiro.

(Notícia atualizada às 19h04)

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