Trump quer produção de iPhones nos EUA. E a Apple?
Para tornar a "America great again", Trump quer tudo "made in America", incluindo os iPhone. A empresa de Tim Cook diz que esta não é a melhor opção.
Donald Trump quer as empresas norte-americanas a produzir nos EUA. Entre elas, a Apple, que fabrica os iPhone na China. Tem insistido nesse objetivo. E a empresa liderada por Tim Cook até já questionou os seus fornecedores sobre a possibilidade de relocalizarem a produção, mas as dificuldades são muitas para que isso possa algum dia ser uma realidade.
Os apoiantes do presidente eleito têm reagido à vontade de Trump como sinal de que o seu poder para tornar a “America great again”, como o republicano tantas vezes referiu. Ainda assim, a Apple e os seus parceiros sabem que a produção dos dispositivos não vai passar a ser feita nos EUA. Segundo a Bloomberg, o país não têm a mão-de-obra necessária a Apple mudar os fabricantes para lá.
Encontrar uma força de trabalho não seria tão fácil nos EUA. O CEO da Apple, Tim Cook, disse no programa “60 minutos”, no ano passado, que graças à educação vocacional, a China agora tem uma força de trabalho muito mais competente do que os EUA. A Apple estima que na América viesse a precisar de 8.700 engenheiros industriais para supervisionar o trabalho de 200 000 pessoas, e em 2014 só existiam 240.000 estudantes na universidade de engenharia. A capital industrial na China, Shenzhen, emprega 240.000 trabalhadores na Foxconn.
O reduzido custo do trabalho e a fraca regulação laboral foram fatores que tornaram a China atrativa, assim como a ágil mão-de-obra chinesa, fatores que os EUA não tinham nem vão ter, independentemente do que Trump queira.
Os planos iniciais da Apple incluíam a América, mas a Ásia depressa tornou-se o centro do crescimento da empresa, desde 1981, quando a empresa abriu uma fábrica em Singapura. Décadas depois, em 2004, a China tornou-se rival de Singapura e assumiu o papel de centro industrial da marca, depois de desenvolvidas as infraestruturas necessárias para colocar no mercado milhões de iPhone, iPad e MacBooks.
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