Novo foco de tensão comercial dita perdas em Wall Street
A contribuir para o mau desempenho em Wall Street está o novo foco de tensão comercial. Também as previsões de uma descida dos lucros das empresas estão a penalizar as bolsas.
Depois de os Estados Unidos terem ameaçado impor tarifas sobre importações europeias, há um novo foco de tensão comercial que está a preocupar os investidores. Também as previsões que dão conta da descida dos lucros das empresas durante o primeiro trimestre do ano estão a contribuir para o desempenho das bolsas norte-americanas, que iniciaram a negociação em terreno negativo.
As tensões comerciais estão a marcar a sessão. Os Estados Unidos ameaçaram impor tarifas sobre 11 mil milhões de euros de importações europeias, em retaliação aos subsídios pagos à Airbus, a grande rival da norte-americana Boeing. O desempenho em Wall Street acompanha o pessimismo sentido na Europa.
Além disso, os investidores estão a preparar-se para a primeira descida dos lucros das empresas desde 2016. De acordo com a agência Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês), os lucros das empresas entre janeiro e março terão descido 2,3%, em relação ao período homólogo.
Neste cenário de preocupações, o S&P 500 está a cair 0,47% para 2.882,72 pontos e, a acompanhar este desempenho, está o índice tecnológico Nasdaq, que desvaloriza 0,43% para 7.919,04 pontos. Já o industrial Dow Jones recua 0,49% para 26.212,32 pontos.
Por outro lado, os receios quanto ao abrandamento da economia aumentam, sobretudo depois de o FMI ter cortado as previsões para a economia mundial este ano. No World Economic Outlook, publicado esta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional revelou que cortou as previsões para a economia mundial em três décimas, para 3,3% este ano. A deterioração das projeções confirma a expectativa criada na semana passada por Christine Lagarde, quando avisou que 70% do mundo está a abrandar.
Mas, segundo o FMI, o cenário pode ainda piorar. Há seis riscos que, se se materializarem, podem colocar a economia mundial a crescer ainda menos. São eles as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, a possibilidade de vir a acontecer um hard Brexit, os ciberataques, os riscos políticos relacionados com a agenda de novos Governos saídos de eleições, as alterações climáticas e, por último, a evolução das matérias-primas.
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