Previsões do FMI e ameaça de Trump penalizam Wall Street
Reagindo às previsões do FMI para a economia mundial e à ameaça de Donald Trump de impor tarifas sobre as importações europeias, as bolsas norte-americanas terminaram a negociação em terreno negativo.
Foi um dia difícil para as bolsas norte-americanas. Reagindo às previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia mundial e, também à ameaça de Donald Trump de impor tarifas sobre as importações europeias, Wall Street terminou a negociação desta terça-feira em terreno negativo.
Os receios quanto ao abrandamento da economia mundial voltaram a assombrar os mercados, sobretudo depois de o FMI ter cortado as previsões para a economia mundial este ano. No World Economic Outlook, publicado esta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional revelou que cortou as previsões para a economia mundial em três décimas, para 3,3% este ano. A deterioração das projeções confirma a expectativa criada na semana passada por Christine Lagarde, quando avisou que 70% do mundo está a abrandar.
E, segundo o FMI, o cenário pode ainda piorar. Há seis riscos que, se se materializarem, podem colocar a economia mundial a crescer ainda menos. São eles as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, a possibilidade de vir a acontecer um hard Brexit, os ciberataques, os riscos políticos relacionados com a agenda de novos governos saídos de eleições, as alterações climáticas e, por último, a evolução das matérias-primas.
Também as tensões comerciais marcaram a sessão, com os investidores preocupados com a ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas sobre 11 mil milhões de dólares de importações europeias, em retaliação aos subsídios pagos à Airbus, a grande rival da norte-americana Boeing. A negociação desta terça-feira “é, sobretudo, uma reação às revisões em baixa do FMI e às novas tarifas propostas”, afirmou Bernard Baumohl, do Economic Outlook Group, citado pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).
A contribuir para o pessimismo em Wall Street estiveram, ainda, as previsões de descida dos lucros das empresas desde 2016. De acordo com a Reuters, os lucros das empresas entre janeiro e março terão descido 2,3%, em relação ao período homólogo.
Neste cenário de preocupações, o S&P 500 encerrou a negociação a cair 0,58% para 2.879,04 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recuou 0,71% para 26.154,65 pontos e o tecnológico Nasdaq perdeu 0,53% para 7.911,43.
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