Europa prepara retaliação às ameaças de Trump de taxar importações europeias

Depois de os Estados Unidos anunciarem planos de aplicar tarifas sobre 11 mil milhões de dólares em bens, a União Europeia prepara-se para retaliar.

Os Estados Unidos planeiam aplicar tarifas na ordem dos 11 mil milhões de dólares sobre os bens exportados pela União Europeia. O objetivo é compensar a economia norte-americana pelos subsídios, do mesmo valor, que terão sido atribuídos à Airbus pela União Europeia. Em resposta, a UE começou já a delinear planos de retaliação para os EUA.

“Na disputa paralela da Boeing, a determinação dos direitos de retaliação da UE também se está a aproximar, e a UE vai pedir ao árbitro nomeado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que determine os seus direitos de retaliação”, adiantou uma fonte da Comissão Europeia, citada pela Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

“A Comissão prepara-se para que a UE possa prontamente tomar ação baseada na decisão da arbitragem. A UE mantém-se aberta a discussões com os Estados Unidos, com a reserva de que não haja pré-condições, e espera por um desfecho justo”, adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a área do Comércio, numa conferência de imprensa.

A francesa Airbus é rival direta da norte-americana Boeing que, de acordo com a OMC, terá sido penalizada “repetidamente” pelos subsídios concedidos pela UE ao construtor europeu. As conclusões da entidade foram citadas pela administração de Donald Trump, que na segunda-feira avançou com a lista proposta de tarifas a aplicar à UE.

Entre os artigos que os Estados Unidos estão a planear taxar estão helicópteros de passageiros, queijos, vinhos, motos e até fatos de neve. Este conjunto de produtos é visto como “exagerado” pela UE, que estará já a preparar medidas para responder, tendo como motivação, por sua vez, os subsídios concedidos pelos EUA à Boeing, que a OMC determinou como ilegais.

Este escalar das tensões entre as duas potências mundiais acontece numa altura em que a Boeing se encontra a lidar com as consequências de ter um dos seus modelos envolvido em dois acidentes no espaço de seis meses. Depois destes acontecimentos, vários países, incluindo os EUA, suspenderam os voos do Boeing 737 Max, e o fabricante de aviões norte-americano adiantou que iria apresentar várias alterações ao modelo.

A Boeing é uma das principais exportadoras norte-americanas para a China e os problemas que enfrenta afiguram-se como uma complicação às negociações comerciais entre os EUA e a China. Neste contexto, o presidente francês, Emmanuel Macron, conseguiu antecipar-se a Trump e fechou um acordo com o presidente chinês, para uma encomenda de 300 aviões da Airbus, no valor de 30 mil milhões de euros, de acordo com o Politico.

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