Sindicato promete combustíveis em todo o país em dois dias

Motoristas de matérias perigosas prometem levar combustíveis a todo o país no prazo de dois dias. Em Leça da Palmeia, enchimento de camiões "está a trabalhar a 100%".

Nas instalações da Petrogal, em Leça da Palmeira, Matosinhos, mais de uma centena de camiões aguardavam ao final da manhã desta quinta-feira para serem atestados e dali partirem para abastecer os postos de combustíveis espalhados por todo o país, depois de desconvocada a greve que durava desde segunda-feira. “Já estamos a trabalhar a 100%”, garantiu em declarações ao ECO Manuel Mendes, delegado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).

Manuel Mendes reafirma assim que o SNMMP tem como objetivo regularizar a situação nos próximos dois dias. “Vamos tentar repor em 48 horas. Não vai normalizar, mas praticamente iremos chegar a todos os postos do país para ficar minimamente resolvido“, diz o sindicalista, reconhecendo que “não será a 100%”.

Para já, os camiões que se encontram nas instalações da Petrogal estão a demorar mais tempo do que seria habitual para atestar as cisternas. “Os carros vieram todos juntos, os enchimentos não dão vazam a todos“, diz Manuel Mendes, para explicar que se habitualmente “os carros entram e saem em meia hora, agora podem demorar entre uma e duas horas”.

O fim da paralisação dos motoristas de matérias perigosas acontece depois de firmado um acordo entre o SNMMP e a ANTRAM no sentido de dar início às negociações para um novo contrato coletivo de trabalho.

“Vamos dar início às negociações com a ANTRAM [Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias], com supervisão do Governo, para negociar as cláusulas da negociação coletiva desta classe profissional. A primeira reunião é dia 29 e tem como objetivo até ao final deste ano estar fechado este acordo coletivo de trabalho até final do ano”, afirmou esta quinta-feira o presidente do sindicato.

Pedro Henriques disse ainda que o que fez o sindicato desconvocar a greve foi “a garantia da ANTRAM e do Governo de que se iniciaria esta negociação coletiva de trabalho” e o compromisso do executivo de que este acordo estaria fechado até final do ano e que as negociações decorrerão “com tranquilidade”. “Não está em causa apenas uma negociação, está em causa o reconhecimento oficial da categoria de motorista de matérias perigosas”, afirmou Pedro Henriques.

O representante sublinhou que o sindicato tinha consciência de que “a manutenção do direito pela greve iria causar ainda mais problemas ao país, que parou em três dias”. “Não era nossa intenção. Manifestamo-nos sempre de forma pacífica para alertar para a importância que estes homens têm, pois sem eles o país para, mas o país não os conhecia nem os reconhecia”, acrescentou.

No entendimento conseguido esta quinta-feira, as partes comprometem-se a “diligenciar pela manutenção de um clima de diálogo e paz social, mantendo o diálogo como forma de resolução de diferendos ou divergências até ao fim das negociações”, abstraindo-se de “outras formas de pressão, nomeadamente greves”.

A desconvocação da greve dos motoristas de matérias perigosas, que tinha começado na segunda-feira, foi anunciada quinta-feira de manhã pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

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