Venezuela: Santos Silva diz que “não há portugueses entre os feridos”
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que continua sem informações sobre a existência de portugueses entre os feridos durante os protestos de terça-feira.
Os protestos de terça-feira em Caracas, e que deverão continuar esta quarta-feira, fizeram pelo menos 95 feridos, avança uma organização não-governamental (ONG) venezuelana. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, já confirmou que não há registo de portugueses entre os feridos.
“Continuamos sem nenhuma notícia que tenha havido portugueses entre os feridos na sequência das manifestações de ontem”, disse Augusto Santos Silva ao lado do Presidente da República, durante a conferência de imprensa que assinalou o final da visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa à China. Igualmente, não há também notícias de que haja estabelecimentos geridos por portugueses com danos.
“Vamos ver o que sucede hoje, dia para o qual estão convocadas manifestações cívicas na Venezuela”, acrescentou Santos Silva, em declarações emitidas pela RTP 3, tendo em conta que o líder da oposição, Juan Guaidó, apelou, durante esta madrugada, aos venezuelanos para voltarem às ruas e fazerem uma “rebelião pacífica”.
Reforçando o apelo que já tinha feito na terça-feira, e insistindo numa via pacífica para a resolução da crise, o ministro aconselhou os “detentores de meios repressivos do Estado a absterem-se de exercer violência de qualquer género”.
No quadro da União Europeia (UE), “insistimos que nos parece que a única solução para superar a crise política que se vive na Venezuela não é o aprofundar da polarização, mas sim o diálogo, um processo que pode devolver aos venezuelanos o poder de decidirem, o poder de elegerem, em eleições livres e justas, quem querem que os dirija”, afirmou.
Augusto Santos Silva avançou, ainda, que nas próximas segunda-feira e terça-feira haverá nova reunião Grupo de Contacto Internacional (GCI). “O objetivo desse grupo, para além de facilitar a ação humanitária, é facilitar também o processo político”, explicou o ministro. Portugal estará presente nessas reuniões.
Pelo menos 95 feridos e um morto
Segundo a organização não-governamental (ONG) venezuelana Provea, uma pessoa morreu e pelo menos 95 ficaram feridas durante os protestos registados na terça-feira, depois da ação de força desencadeada pelo autoproclamado Presidente interino da Venezuela.
De acordo com a ONG Provea, um homem de 24 anos morreu durante os protestos no estado de Aragua. Dos 95 feridos, 26 foram registados naquele estado e 69 no município de Chacao, em Caracas, mas a Provea disse acreditar que pode haver mais feridos um pouco por todo o país.
“Lamentamos o assassinato hoje [terça-feira] do jovem Samuel Enrique Mendez, de 24 anos, no estado de Aragua, durante os protestos. Testemunhas culpam os grupos paramilitares (…)”, escreveu a ONG na sua página da rede social Twitter, acrescentando que, com esta morte, já foram registados 53 mortos desde o início do ano durante os protestos contra o regime venezuelano. Segundo a Provea, “80% das mortes são de responsabilidade da polícia, militares e paramilitares”.
Esta quarta-feira deverá ficar marcada por novas manifestações. Nicolás Maduro resiste no poder, com o apoio de pelo menos parte dos militares, enquanto Juan Guaidó apela aos venezuelanos para manifestarem nas ruas contra o regime.
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