Mecanismo Europeu de Estabilidade deve converter-se em Fundo Monetário Europeu, diz CIP
A Confederação Empresarial de Portugal defende a necessidade de ter um Fundo Monetário Europeu, "para acorrer aos países em dificuldades financeiras momentâneas nos mercados financeiros".
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera que o atual Mecanismo Europeu de Estabilidade “deve ser transformado num Fundo Monetário Europeu” que possa ajudar países em dificuldades.
Num documento em que enumera as prioridades que considera essenciais para o bloco europeu, a CIP detalhou que esta futura entidade serviria “para acorrer aos países em dificuldades financeiras momentâneas nos mercados financeiros, financiando-os a médio e longo prazo”.
De acordo com o mesmo documento, a Confederação pediu ainda que “a criação, neste âmbito, de um mecanismo de salvaguarda do Fundo Único de Resolução (caso este não tenha os recursos suficientes em caso de crise bancária séria)” seja antecipada para 2020.
A CIP entende também que deve ser aprofundada e concluída a “união económica e monetária, que não se pode limitar a consolidar as finanças públicas, mas que deve também responder à necessidade de uma maior convergência entre as economias dos Estados-membros e ao desenvolvimento de novos mecanismos que aumentem a resiliência da zona euro a choques externos”.
Entre as medidas sugeridas pela organização, conta-se a conclusão da união bancária e a criação de uma união de mercados de capitais, para que “a economia da zona euro se comece a financiar mais no mercado de capitais, deixando o quase monopólio bancário no seu financiamento”.
Para a CIP seria também importante a criação de um “ativo europeu sem riscos, sob forma dum instrumento comum de emissões da dívida pública, para favorecer a liquidez e diversificação dos balanços bancários”, lê-se no relatório. A organização pediu ainda mais investimento nas empresas, nomeadamente nas pequenas e médias, e uma nova estratégia industrial.
Além disso, a entidade acredita que “a Europa precisa de defender o livre comércio e o investimento internacional, combatendo a nova tendência protecionista” que tem estado na ordem do dia. A aposta no digital, nos mercados da energia e infraestruturas e na harmonização fiscal foram outras das prioridades eleitas. A CIP entregou este documento ao Governo e aos partidos políticos na terça-feira.
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