Pessimismo de Bruxelas sobre Itália afunda bolsas europeias. PSI-20 desvaloriza 1,3%

A Comissão Europeia reviu em baixa as projeções para o crescimento económico da Zona Euro e em alta a estimativa para o défice italiano. O setor bancário foi dos mais penalizados.

Bruxelas está mais pessimista sobre a economia e as contas públicas italianas. A atualização das projeções económicas de primavera da Comissão Europeia foi mais um fator a penalizar as bolsas europeias, que estavam já a sentir o impacto negativo da guerra comercial entre EUA e China. O índice pan-europeu Stoxx 600 desvalorizou 1,5%, com a banca a ser especialmente penalizada.

A Comissão Europeia reviu em baixa a projeção para o crescimento económico da Zona Euro, para 1,2% este ano (menos 0,1 pontos percentuais que a anterior estimativa). Cortou também a projeção para a economia de Itália, que espera agora que cresça apenas 0,1% e afirmou que o défice do governo de Roma deverá disparar para 3,5% no próximo ano, acima do teto que lhe permite cumprir as regras orçamentais europeias.

A bolsa italiana, o FTSE MIB, caiu 0,9% com a banca a desvalorizar mais de 3%. O índice espanhol IBEX 35 cedeu 0,3%, tanto o alemão DAX como o francês CAC 40 perderam 1,7% e o britânico FTSE 100 tombou 1,8%.

Lisboa não escapou à tendência negativa e o índice português PSI-20 perdeu 1,29% para 5.233,02 pontos. A cotada que mais caiu foi a Mota-Engil, com um tombo de 3,8%, enquanto a Altri (3,42%), a Semapa (2,09%) e a Navigator (1,54%) também registaram perdas acentuadas. O BCP seguiu a tendência do setor e perdeu 0,52% para 0,248 euros por ação, enquanto a Galp reagiu à desvalorização do petróleo e caiu 1,15% para 14,19 euros.

Bolsa de Lisboa desvaloriza há seis sessões

Bunds voltam a juro negativo com investidores a procurarem refúgio

“A União Europeia não nos disse nada que não soubéssemos, mas o mercado está a usar o catalisador para reapreciar-se”, afirmou o estrategista da Mizuho, Peter Chatwell, em declarações à Reuters. Em sentido contrário ao das ações, “o spread de Itália alargou-se após a divulgação das projeções”.

A yield das obrigações italianas a 10 anos subiu 3 pontos base para 2,6% e a da Grécia avançou para 3,35%. Por outro lado, o juro das Bunds alemãs voltaram a negociar em terreno negativo, em -0,034%. No caso de Portugal, o juro da dívida benchmark cedeu 3 pontos base para 1,093%.

A fuga dos investidores para ativos refúgio prende-se não só às expetativas menos otimistas de Bruxelas sobre a economia da Zona Euro, mas também com o agravamento da guerra comercial entre EUA e China. Depois de o presidente norte-americano Donald Trump ter anunciado o reforço das taxas aduaneiras à importação de produtos chineses, o gigante asiático afirmou que o vice-primeiro-ministro Liu He irá a Washington negociar um acordo, como planeado.

As ameaças de Trump lançaram o pânico nos mercados globais, incluindo ações, mas também moedas e petróleo, que se manteve na sessão desta terça-feira. A escalada das tensões levou a um aumento das preocupações com o impacto da guerra comercial na economia e na procura mundial por petróleo. O brent negociado em Londres desvalorizou 1,52% para 70,16 dólares por barril e o crude WTI perdeu, em Nova Iorque, 1,45% para 61,35 dólares.

(Notícia atualizada às 17h)

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