Sindicato Independente de Motoristas “totalmente disponível” para lutar lado-a-lado com motoristas de matérias perigosas

"Para acabar de vez com as injustiças no setor", Sindicato Independente de Motoristas manifesta "total disponibilidade" para lutar ao lado dos motoristas de matérias perigosas.

O Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) declarou já o seu total apoio à greve anunciada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), sublinhando a sua “disponibilidade total para lutar lado a lado” com este sindicato.

“O resultado da reunião do SNMMP com a ANTRAM, não nos deixa alternativa senão declarar desde já o apoio aos motoristas de matérias perigosas e assume total disponibilidade para lutar lado a lado com o sindicato que os tem liderado nesta luta que é de todos”, refere o SIMM em comunicado.

Na eventualidade uma paralisação conjunta entre o SNMMP e o SIMM, à dificuldade de distribuição de combustíveis, juntar-se-á a possibilidade de falhas no abastecimento de alimentos e outros produtos a supermercados.

O SNMMP anunciou esta quarta-feira que já fez chegar ao governo um pré-aviso de greve para 23 de maio, na sequência da divulgação de informações que diz ser falsas por parte da ANTRAM. A associação que representa os patrões divulgou que na última reunião com o sindicato este tinha recuado nas pretensões e apresentado uma contraproposta para um salário base de 700 euros — contra a exigência inicial de 1.200 euros.

O SIMM declara-se inteiramente disponível para esclarecer em debate público, como são e o que são esses números, desafiando desde já a ANTRAM para participar num debate televisivo para esclarecimento destas falsidades. Quem não deve não teme!

Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias

Tal como o ECO foi dando conta, o sindicato independente, que representa cerca de 900 motoristas de mercadorias ditas tradicionais, mas também de outras matérias, e o sindicato de matérias perigosas têm mantido um contacto constante, já que partilham grande parte das reivindicações. Aliás, na greve do SNMMP, que lançou o caos na distribuição de combustíveis no país, o sindicato independente só não aderiu à mesma por uma questão de horas.

Agora, e depois de os dois sindicatos terem estado reunidos no domingo, dia 5 de maio, o SIMM vem manifestar o total apoio ao protesto do SNMMP, decisão tomada “face aos acontecimentos do último mês e analisando a postura da ANTRAM em relação às reivindicações dos Motoristas filiados no SNMMP, assim como a resposta que já nos haviam transmitido aquando da apresentação da nossa proposta de contrato coletivo em 19/02/2019″, detalham.

No comunicado, o SIMM aproveita ainda para desmentir números que têm sido publicados relativamente aos valores salariais do setor e tampouco os relativos às cargas horárias. “São falsos os números que a ANTRAM tem difundido, quer em termos do que são os valores totais da remuneração dos motoristas”, asseguram. E desafiam a ANTRAM para um “debate televisivo para esclarecimento destas falsidades”, lembrando que “quem não deve não teme”.

De acordo com as contas deste sindicato, “o salário base de um motorista para 40 horas semanais no atual CCTV [contrato coletivo de trabalho vertical] são 630 euros”, sendo que “para se atingir os valores que a ANTRAM menciona, é preciso recorrer a complementos, que sobem de forma substancial o salário médio do motorista mas, sob a forma de objetivos, que porventura se o motorista não os atingir e cumprir perde automaticamente o direito de os receber”.

O propósito da ANTRAM é única e exclusivamente, fugir ao pagamento do trabalho extraordinário (cerca de 800 horas anuais em média), e simular pagamentos que na verdade não são feitos pela maioria das empresas, sendo que estas têm representatividade na direção da própria ANTRAM”, acusam mesmo.

O Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias representa motoristas de todas as tipologias de transporte, de ligeiros a pesados, incluindo também condutores de matérias perigosas ou produtos frescos, matérias-primas, sendo importantes peças nas cadeias de abastecimento à indústria e supermercados.

(Atualizado às 23h45)

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