Lucro do BCP sobe 80% para 153,8 milhões. Resultado em Portugal duplica

O lucro, que compara com a estimativa média dos analistas de 106 milhões de euros, beneficiou dos investimentos em dívida pública. Em sentido contrário, as comissões contribuíram menos.

O BCP lucrou 153,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. O resultado líquido melhorou 79,7% face ao período homólogo e ficou acima do esperado pelo mercado. O negócio em Portugal ajudou a impulsionar as contas, com a atividade doméstica a mais que duplicar para 94,3 milhões de euros.

O lucro, que compara com a estimativa média dos analistas de 106 milhões de euros, beneficiou dos investimentos realizados pelo banco liderado por Miguel Maya. Tal como o Santander Totta, também o investimento em dívida pública rendeu ao BCP, tal como vendas de carteiras de ativos, sendo que o banco comprou mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro.

Os dados enviados esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) indicam que os proveitos de instrumentos de capital aumentaram 171% para 68,3 milhões e tiveram um impacto nos resultados de 43,2%.

O produto bancário cresceu 11,1% para 597,7 milhões de euros, impulsionado pelo crescimento de 17,9% na margem financeira, para 362,7 milhões de euros. “Apesar da forte pressão, mantemos a taxa nos 2,2%”, destacou Miguel Maya, na apresentação de resultados.

Fundo de Resolução aumenta custos operacionais

Em sentido contrário, as comissões contribuíram menos para os lucros devido ao negócio internacional. No total, as comissões recuaram 0,7% para 166,6 milhões de euros. Em Portugal, houve um aumento de 1,7%, apesar da forte quebra de 16,3 nas comissões de mercados, o que Miguel Maya considera ser um reflexo do desempenho dos mercados financeiros no trimestre.

“Em Portugal, o crescimento do negócio bancário mais que compensa evolução menos favorável das comissões de mercados de capitais”, refere o banco. Já nas operações internacionais registaram uma redução de 5,6%.

Também os custos operacionais aumentaram, em 4,5% para 253,5 milhões de euros, “impactados pela maior contribuição para o fundo de resolução e por custos com IT”. O número de clientes do BCP atingiu os 4,9 milhões (mais 300 mil que no período homólogo) e a meta é chegar aos seis milhões em 2021.

No que diz respeito à carteira de crédito performing em Portugal, o BCP assistiu a um crescimento de 1,2 mil milhões, ou seja, 3,7%. Do total, 44% são crédito à habitação, 40% crédito a empresas e 16% em crédito pessoal.

A emissão de obrigações AT1 realizada em janeiro, a par da melhoria nos resultados levou a um reforço do rácio de capital para 15,2%. A non-perfoming exposure (NPE) caiu em 1,9 mil milhões de euros e a cobertura de NPE por imparidades aumentou para 55% e da cobertura total para 110%. Ao longo do trimestre, o BCP vendeu mais de mil imóveis por cerca de 150 milhões de euros, que acabaram por gerar mais valia já que estavam registados com uma avaliação de 124 milhões de euros. O valor líquido dos imóveis em carteira caiu, assim, 21%.

(Notícia atualizada às 18h25)

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