Carlos Costa pede menos alavancagem e mais qualificações

Governador do Banco de Portugal defende que o desenvolvimento das empresas deveria passar por “menos alavancagem, mais capitais próprios".

O Governador do Banco de Portugal (BdP) defendeu esta sexta-feira que o crescimento das empresas portugueses deve passar por “menos alavancagem, mais capitais próprios e diversificação de fontes de financiamento”. Carlos Costa, que falava na conferência “A Qualidade da Gestão”, realizada no Porto, evidenciou ainda a necessidade de apostar nas qualificações dos trabalhadores de forma a melhorar a Qualidade da Gestão empresarial, salientando que além desta aposta o desafio centra-se em aumentar o investimento e o capital por posto de trabalho.

As empresas com melhores práticas de gestão apresentam também maior valor acrescentado bruto por trabalhador, isto é, apresentam níveis superiores de produtividade por trabalhador”, referiu no encontro organizado pelo Conselho Económico e Social (CES).

A qualidade das práticas de gestão nas organizações tem vindo a ganhar relevo na explicação da baixa produtividade que caracteriza a economia nacional. Menor produtividade representa salários mais baixos, menos consumo e menos margem fiscal para o investimento em políticas sociais como a educação e a saúde, alerta Carlos Costa.

Também António Correia de Campos destaca a necessidade contínua de formação, uma vez que, segundo o presidente do CES, Portugal tem “uma população em média pouco instruída” apesa dos “esforços enormes para combater a tendência”. “Na década de 70 tínhamos apenas 7% de pessoas no ensino superior, hoje são cerca de 40%”, reforça o presidente do CES. Existe necessidade de continuar a aposta na formação, tendo em conta que atualmente, “48% da população ativa só tem nove anos de escolaridade”, refere António de Campos.

Por seu lado, Maria João Carioca, administradora da Caixa Geral de Depósitos, salienta existe uma relação direta entre a qualidade da gestão e os níveis de produtividade de cada país. “Um terço da diferença de produtividade entre os países é justificada por práticas de gestão. Países como a Irlanda do Norte e a Polónia têm melhores práticas de gestão do que Portugal”, diz.

Segundo dados do Boletim Económico do Banco de Portugal, referente a maio de 2018, a evolução da economia portuguesa em 2017 confirmou a trajetória de recuperação dos últimos anos, com uma aceleração da atividade e do emprego e uma redução da taxa de desemprego.

 

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