Ponham a Mortágua a presidente da CGD
No meio desta novela, quase todos estiveram mal e só mesmo António Domingues fica bem na fotografia. Agora, ponham a Mortágua na CGD, já que parece saber imenso de como gerir uma empresa.
Imagine o caro leitor que, amanhã, um concorrente da empresa onde trabalha lhe fazia uma oferta de trabalho. O desafio parecia interessante, embora as condições de remuneração fossem semelhantes às que já tinha. No desenrolar desta negociação, colocava uma exigência ao seu futuro empregador, que este se comprometia imediatamente, e por escrito, a acatar.
O meu amigo leitor aceitava então o desafio. Apresentava a demissão do sítio onde trabalha atualmente e partia para a nova aventura confiante de que teria estado numa negociação séria e de que o seu novo patrão era alguém que honrava os seus compromissos.
Acontecia, então, que ao final da sua primeira semana de trabalho percebia que o seu novo empregador, afinal, era um aldrabão e que não queria fazer cumprir o que tinham acordado. Como se iria sentir? Gozado? Aldrabado? Burlado? É assim que António Domingues se deve sentir.
No meio desta novela, quase todos estiveram mal e só mesmo António Domingues fica bem na fotografia. O Governo esteve pessimamente, o secretário de Estado que fez a promessa devia ser demitido, a direita adotou o pensamento trauliteiro da extrema-esquerda e a extrema-esquerda manteve-se igual a ela própria: patética. Marcelo Rebelo de Sousa governou a pensar nos likes do Facebook.
Este episódio só serviu para que mais nenhum gestor no futuro queira chafurdar no lamaçal que é a vida política nacional. Mas podia, já agora, servir para outra coisa: abrir um debate sério sobre a CGD. Precisamos mesmo de um banco público? Eu acho que não. Mas já que o temos que manter, então que ao menos não dê prejuízo e que seja gerido por pessoas competentes para tal.
Nenhum bom gestor aceitará ir para a CGD ganhar menos, ver a sua privacidade devassada e ainda ter que aturar o tom paternalista da esquerda que nos governa. Eu não quero mais gestores incompetentes e clientelas partidárias na CGD. Quero os melhores de todos a gerirem o que é de todos. Acontece que os melhores são por norma os mais caros – é por isso que um Barca Velha não custa o mesmo que o vinho da adega cooperativa.
Quem acha que devíamos meter gestores mais baratos à frente da CGD vai perceber no futuro como fica caro contratar profissionais menos preparados.
Mal por mal, metam a Mortágua à frente da CGD – ela parece saber imenso do que é gerir uma empresa e enquanto estivesse lá entretida não estaria a aumentar os impostos de quem realmente contribui para a economia nacional.
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