Prestação da casa. Nova descida em dezembro
Encargos mensais com o crédito à habitação reduzem-se entre 0,2% e 2,2% no próximo mês. Empréstimos com indexantes de prazos mais alargados são os mais beneficiados.
Mais boas notícias para os portugueses com crédito à habitação. Quem revir a prestação da casa no próximo mês, vai sentir um novo alívio nos encargos mensais. Estes recuam entre 0,2% e 2,2% face à última revisão, com o valor da prestação a fixar-se num novo mínimo histórico. Quanto mais alargado for o prazo do indexante associado ao empréstimo, maior será o benefício.
É o que acontecerá com as famílias cujos empréstimos da casa estão associados à Euribor a 12 meses, já que só agora vão tirar partido da descida do indexante registada ao longo do último ano. Assumindo o cenário de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, resulta numa poupança mensal de 7,08 euros, com a prestação a baixar para 318,25 euros mensais. O número de famílias que irá tirar partido dessa redução será contudo baixo, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação, apesar de muitos bancos já a estarem a privilegiar na concessão de novos empréstimos.
Evolução da Euribor a três meses
Para os contratos de crédito à habitação que têm como referência indexantes com prazos mais curtos, a redução será menor. Quem tem associado ao seu empréstimo a taxa a seis meses verá a prestação baixar 1% no próximo mês, o que permitirá uma poupança mensal de 3,17 euros, com a prestação a descer até aos 311,9 euros. Já nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, a poupança será de apenas de 67 cêntimos por mês, com os encargos mensais a baixarem para os 307,46 euros (menos 0,2% face à anterior revisão) ao longo dos próximos três meses.
Juros negativos até final de 2019
Apesar de as famílias portuguesas continuarem a beneficiar da tendência de descida dos indexantes, as últimas revisões dos empréstimos associados à Euribor a três meses apresentam alívios nos juros cada vez menores. Este poderá ser um sinal de que não existirá muita mais margem para quebras no valor das prestações. A evolução dos futuros da Euribor a três meses, que servem de barómetro para a futura evolução das taxas de juro, atesta essa expectativa por parte do mercado. Este indicador aponta para que o indexante atinja no final do ano o seu valor mais baixo, para inverter de sentido a partir dessa altura.
Contudo, o mercado antecipa que os juros se mantenham negativos até ao final de 2019. Só a partir dessa altura, é que vê o indexante a assumir valores positivos, mas ainda assim baixos. A expectativa aponta para que só no final de 2021 a Euribor a três meses ultrapasse a fasquia dos 0,5%. Um cenário que decorre do compromisso do BCE em garantir que a economia europeia descole face à débil situação em que se encontra. Mario Draghi tem reiterado esse compromisso ao longo das últimas reuniões do conselho de governadores do BCE, sendo que as taxas de juro baixas, a par do programa de compra de ativos da entidade que lidera, são um dos principais instrumentos que podem ser usados com esse fim. A taxa de juro de referência da zona euro foi fixada em março no mínimo histórico de 0%.
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