Amazon e a luta contra a contrafação
A plataforma de vendas online promete dificultar a vida àqueles que vendem produtos falsos com validações de autenticidade e instauração de processos.
A Amazon quer começar esta quadra festiva da melhor maneira — tanto para si como para os seus clientes — e anunciou uma guerra aberta contra os produtos contrafeitos. A venda destes tem ocorrido na Amazon Marketplace, uma versão da plataforma online que permite a terceiros ter os seus produtos junto àqueles que são comercializados oficialmente.
Este problema não é novo, mas a empresa americana nunca foi capaz de lidar diretamente com o assunto. O aumento da ocorrência destes casos, bem como da sua dimensão mediática — com a Apple a afirmar que 90% dos carregadores “originais” vendidos no site são tudo menos originais — levou a uma tomada de posição. “A Amazon tem tolerância zero em relação à venda de produtos contrafeitos no seu site”, declarou a empresa.
Entre as medidas a tomar estará a criação de uma base de dados na qual as marcas oficiais terão de se registar e, sempre que surgir um novo produto à venda que diga ser dessa marca, esse tem de ser aprovado pela marca para validar a sua autenticidade. O ataque direto aos copiadores também será mais forte: a empresa não se coibirá de processar alegados copiadores, uma determinação provada pelo avanço de três processos só este mês.
A origem desta súbita consciência do problema será a dificuldade que a empresa estará a ter em assinar contratos com novas marcas por esta não ser capaz de controlar as vendas de material não original — a lista incluí nomes como a NFL, a liga de futebol americano, e a MLB, a liga americana de basebol. A Birkenstock, fabricante das famosas sandálias ortopédicas, abandonou mesmo a plataforma em janeiro devido às contrafações.
As queixas também têm vindo dos vendedores mais pequenos que sentem que, assim que o seu produto se torna minimamente popular, são atacados por “copycats” que utilizam produtos de pouca qualidade para roubar mercado e manchar a imagem destes negócios de menor dimensão.
Existem já pessoas que se dedicam à compra destes produtos apenas para poderem posteriormente fazer uma avaliação negativa e reportar à Amazon. Este processo de reporte funciona rapidamente, mas tem-se assistido a um ciclo vicioso difícil de romper: comprar, reportar, suspensão de conta e criação de nova conta — sim, porque assim que são alvo de banimento, os criminosos fazem logo uma nova conta e continuam o negócio como se nada fosse.
Outras plataformas como a eBay e a Alibaba também têm apertado o cerco aos produtos falsos, numa altura em que dados mostram que a importação de contrafeitos perfaz já 2,5% da importação global.
Editado por Mónica Silvares
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