Raize quer as suas poupanças. Mas dá taxas competitivas?
A Raize negociou com o Banco Português de Gestão depósitos dos seis meses aos três anos. Os juros chegam a 1,25%. Há melhores ofertas no mercado?
Numa altura em que as remunerações oferecidas pelos depósitos a prazo estão nas “ruas da amargura”, a Raize já deu o pontapé de saída para o seu marketplace de depósitos a prazo, com o objetivo de garantir remunerações mais atrativas para os clientes da banca. A partir desta quarta-feira, a fintech está a distribuir quatro depósitos a prazo, que oferecem remunerações que vão de um mínimo de 0,5% a um máximo de 1,25%. Mas será que esses produtos são mais atrativos do que a oferta disponível no mercado?
Desde esta quarta-feira que é possível subscrever através do site da Raize quatro depósitos a prazo do Banco Português de Gestão, entidade com que a fintech negociou uma remuneração a oferecer aos clientes que subscreverem aqueles produtos.
Estes novos depósitos têm maturidades a seis meses, um, dois e três anos e estão disponíveis para montantes de aplicação entre o mínimo de cinco mil euros e o máximo de 100 mil euros por depositante.
A rentabilidade oferecida é crescente quanto mais alargado for o horizonte da aplicação. No depósito a seis meses é oferecida uma taxa de juro bruta de 0,5%, já na maturidade a um, dois e três anos são concedidas remunerações brutas de 0,75%, 1,125% e 1,25%, respetivamente.
Numa ronda pela oferta disponível no mercado, é possível encontrar remunerações mais atrativas no caso dos depósitos com maturidade até dois anos, apesar de apenas em dois bancos. Apenas no caso do depósito a três anos, as condições da oferta negociada entre a Raize e o Banco Português de Gestão são as mais competitivas.
Com base nos dados sobre a remuneração dos depósitos a prazo disponibilizados pela Proteste Investe não foi possível identificar nenhum produto a oferecer uma taxa de juro mais elevada. Em termos práticos, os 1,25% brutos (0,9% líquidos) para uma aplicação de cinco mil euros correspondem a um retorno líquido para o cliente de 135 euros ao fim do prazo de três anos.
No caso das maturidades mais curtas, foi possível identificar alguns, apesar de poucos, produtos com remunerações mais atrativas face à oferta intermediada pela Raize.
Para aplicações a dois anos, a taxa bruto de 1,125% disponibilizada pela Raize fica aquém do juro oferecido em dois produtos do BNI Europa. Em específico, o depósito “Campanha Páscoa” atualmente ainda disponibilizado por aquele banco e que remunera a uma taxa bruta de 1,6% e 1,35%, respetivamente, nas versões não mobilizável e mobilizável.
Prazos mais curtos, mais concorrência
Se a três e dois anos a proposta da Raize tem pouca concorrência no mercado, quando as maturidades encolhem aumenta o número de instituições com taxas que superam as da fintech.
Para o prazo de um ano, foram identificados dois depósitos do Banco Invest a oferecer juros mais altos: especificamente o “Invest Choice Novos Clientes” e o “Invest Mais”. Oferecem remunerações brutas de 1,2% e 0,9%, respetivamente. Essa última taxa também oferecida num depósito a um ano do BNI Europa. Ou seja, valores acima dos 0,75% concedidos na oferta da Raize.
Para seis meses, a oferta disponível aponta para a existência de três depósitos a prazo com remunerações acima dos 0,5% garantidos pela Raize. É o que se passa novamente com o “Invest Choice Novos Clientes” e o “Invest Mais”, do Banco Invest, cujas taxas brutas são de 1,2% e 0,7%, respetivamente. Acontece também no Depósito BNI Europa, que remunera a um juro bruto também de 0,7%.
Qualquer das propostas mais competitivas identificadas acima são por parte de bancos pequenos que procuram reforçar a sua carteira de clientes. Por isso é fácil de perceber que paguem mais pelos depósitos do que o resto da concorrência — a taxa média a um ano está em mínimo histórico, nos 0,13%. Nos bancos de maior dimensão não há propostas mais atrativas do que aquela que a Raize está a disponibilizar, havendo mesmo instituições que não pagam nada.
A favor da oferta que é assegurada pela Raize destaca-se ainda o facto de não implicar custos para os clientes: designadamente custos de constituição, manutenção, transferência ou encerramento. De salientar que este tipo de custos podem “comer” a remuneração garantida pelos depósitos, sendo que em alguns casos as comissões das contas podem mesmo ditar um resultado negativo com as poupanças deixadas a prazo.
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