Juros dos depósitos atingem novo mínimo histórico. Pagam 0,13%
Fevereiro foi marcado por uma nova redução da taxa de juro oferecida pelos bancos nos depósitos a prazo. A taxa está em mínimos de, pelo menos, 19 anos. Na Zona Euro, apenas dois países pagam menos.
A descida da remuneração dos depósitos a prazo não parece ter fim à vista. A taxa de juro oferecida nas novas aplicações nestes produtos atingiu um novo mínimo histórico em fevereiro, ao fixar-se nos 0,13%. Portugal mantém-se assim como o terceiro país da Zona Euro que pior remunera os depósitos a prazo.
De acordo com estatísticas do Banco Central Europeu (BCE) divulgadas nesta quarta-feira, os bancos remuneraram os novos depósitos a prazo a uma taxa de juro média de 0,13%, em fevereiro, abaixo dos 0,14% que pagaram em janeiro.
Trata-se da remuneração mais baixa do histórico da entidade liderada por Mario Draghi, cujo início remonta a janeiro de 2000. Ou seja, há mais de 19 anos.
Mas a fraca atratividade da remuneração dos depósitos a prazo não se esgota a nível nacional. Compara com uma taxa de juro média de 0,37% em vigor na Zona Euro, em fevereiro, sendo que apenas dois países da região pagaram menos do que Portugal. Em concreto, Espanha e Irlanda, onde a taxa de juro média das novas aplicações em depósitos se situou em 0,05% e 0,04%, respetivamente. Já a Holanda sobressai como o país mais generoso, ao oferecer um juro médio de 1,31%, aliás acima dos 1,22% que ofereceu em janeiro.
Juros dos depósitos atingem novo mínimo
Fonte: BCE
Aquele que tradicionalmente sempre foi o produto de eleição dos portugueses para aplicarem as suas poupanças perde assim cada vez mais o brilho de outrora. Esta realidade enquadra-se num contexto em que os juros de referência da Zona Euro se encontram em mínimos, fasquia de onde não parecem vir a sair nos próximos tempos, sobretudo tendo em conta o feedback que tem sido dado pelo BCE.
Na última reunião de política monetária a entidade responsável pela política monetária da Zona Euro estendeu a manutenção das taxas de juro de referência do espaço do euro no mínimo histórico de 0% de “após o verão” para “pelo menos até ao final deste ano”.
O desinteresse demonstrado pelos bancos portugueses em captar recursos dos clientes também ajuda a explicar a quebra da remuneração dos depósitos. A sua prioridade estratégica passa agora por maximizar proveitos pela via das comissões, ao mesmo tempo que apostam na disponibilização de crédito.
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