Nove curiosidades das Europeias de 2019 em Portugal
Os cidadãos dos Estados-membros da UE foram chamados às urnas para eleger os deputados que se vão sentar no Parlamento Europeu. Em Portugal, o PS ganhou quase metade dos assentos.
Depois de quatro dias de votações em 28 países, terminaram neste domingo as segundas maiores eleições do mundo. Os cidadãos dos Estados-membros da União Europeia deslocaram-se às urnas para decidir quem serão os deputados que nos próximos cinco anos se sentam no Parlamento Europeu. Portugal elege 21 dos 751 eurodeputados, num escrutínio que por cá deu a maioria dos votos ao partido no Governo, o PS. Veja nove números que explicam como correram estas eleições.
Apesar da abstenção, há mais pessoas a votar
A taxa de abstenção atingiu um recorde em Portugal nestas eleições, fixando-se nos 68,6%. Mas, mesmo assim, votaram mais 30 mil eleitores do que nas últimas Europeias. Este domingo foram às urnas cerca de 3.313.140 eleitores, de acordo com os dados do MAI, enquanto nas eleições de 2014 foram 3.283.098 os votantes. Os votantes no estrangeiro também aumentaram, passando de 4.617 para 12.725.
O crescimento da taxa de abstenção, apesar do maior número de votantes, é justificado pelo aumento do universo de inscritos em 2019, devido ao recenseamento automático com o cartão do cidadão, bem como dos emigrantes. Nas eleições de 2014 estavam 9.683.089 inscritos, número que avançou para os 10.650.007 inscritos este ano.
Participação nas eleições em Portugal foi a sexta pior da União Europeia
Só cinco países na União Europeia registaram uma taxa de participação mais baixa do que Portugal (31,01%) nas eleições Europeias deste ano. Foram eles a Eslováquia (22,74%), seguindo-se a Eslovénia (28,29%), a República Checa (28,72%), Croácia (29,65%) e Bulgária (30,83%). Na maioria dos Estados-membros o número de eleitores que se deslocou às urnas aumentou, tanto que a participação na União Europeia foi a maior em 20 anos, fixando-se nos 50,94%.
Mais de um milhão de votos separam o partido mais votado do menos
Apesar de representarem alternativas da ideologia socialista, 1.099.397 votos separam o Partido Socialista do Movimento Alternativa Socialista. O PS foi o partido mais votado, com 1.106.033 votos, enquanto o MAS foi o que conquistou menos eleitores. Este movimento, que surgiu da fusão entre a Frente da Esquerda Revolucionária (FER), e os jovens ativistas do movimento estudantil (Ruptura), teve 6.636 votos, o que corresponde a 0,20% do total.
PSD só ganha no distrito de Vila Real e na Madeira
No continente, só o distrito de Vila Real é que deu a vitória ao PSD, o que ajuda a explicar que os sociais-democratas tenham ficado em segundo lugar nestas eleições. Já nas ilhas, o PSD consegue a maioria dos votos na Madeira, onde Governo Regional é dominado pelos sociais-democratas desde sempre, obtendo 37,15% dos votos dos madeirenses.
PAN não teve nenhum voto em Barrancos, terra dos “touros de morte”
O Partido Pessoas Animais Natureza (PAN) foi a surpresa das eleições europeias deste ano, garantindo a nomeação de um eurodeputado. Mas na vila alentejana de Barrancos, nenhum dos votos depositado nas urnas foi para o partido que defende os direitos dos animais e se afirma contra as touradas. Esta é a terra, onde se realiza a “Fêra de Barrancos”, que conseguiu aprovar um regime de exceção para os touros de morte, proibidos em Portugal no século passado.
Comunistas são segunda força em Setúbal
O PCP continua sem conseguir recuperar Almada dos socialistas, mas foi a segunda força mais votada em todo o distrito de Setúbal, com 17,14% dos votos (44.337 votos, metade do que o PS conseguiu). Mesmo na freguesia onde se realiza a Festa do Avante, em Amora, o PS conseguiu obter 37,97% dos votos, contra 15,77% para a CDU.
Emigrantes dão vitória a PSD
Os sociais-democratas deverão vencer os votos do estrangeiro, apesar de ainda faltarem apurar alguns consulados portugueses no mundo. No total dos consulados, o PSD obteve 28,37% das votações, com 3.610 votos. O PS aparece em segundo, com 25,46% dos votos.
Quando se olha para a distribuição geográfica, os sociais-democratas ficam na primeira posição em todos os continentes exceto na Europa. Aqui lideram os socialistas na maioria dos países, exceto na Noruega, República Checa, Bulgária e Chipre onde os emigrantes portugueses deram a vitória ao BE. Na Dinamarca, na Suécia e na Grécia o PAN ficou em primeiro, na Finlândia ganhou o Livre e em Itália e na Roménia o PSD ficou em primeiro.
PSD ganha em concelhos afetados pelos incêndios de 2017
Nos concelhos de Pedrógão Grande, Leiria e Sertã, onde ocorreram os incêndios de 2017, o PSD fica na primeira posição nestas eleições europeias. Já em Monchique, região afetada pelos fogos no ano passado, foi o PS que obteve mais votos.
Portugal elege tantos deputados quanto partido de Macron
Os representantes dos partidos portugueses vão ocupar 21 assentos no Parlamento Europeu, a mesma quantidade de lugares que irá preencher o partido do presidente francês Emmanuel Macron, que nem foi o vencedor das eleições no país. O número de deputados de cada país é aproximadamente proporcional à dimensão da população. A União Europeia tem quase 500 milhões de cidadãos, enquanto Portugal tem cerca de 10,31 milhões de pessoas.
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