TAP quer financiar-se junto dos pequenos investidores. Emissão de dívida de 50 milhões oferece taxa de 4,375%

A companhia aérea portuguesa vai arrancar, a 3 de junho, com uma emissão de dívida de 50 milhões de euros. Quer financiar-se junto de grandes, mas também de pequenos investidores.

A TAP mantém os planos de ir para a bolsa. Mas antes de reforçar capital, precisa de se financiar. Desta vez, vai tentar fazê-lo com uma emissão de obrigações que estará disponível também para pequenos investidores. Pretende captar 50 milhões de euros, sendo que para atingir essa meta conta com uma taxa de juro elevada. Vai pagar 4,375%.

A dívida da empresa está contraída junto da banca, tendo sido alvo de renegociações que lhe permitirão reduzir os custos de financiamento nos últimos anos. Parte desse endividamento está a atingir o prazo, pelo que a TAP procura, agora, obter fundos através dos mercados para saldar esses compromissos. É neste contexto que avança com a emissão de obrigações.

Estes 50 mil títulos que pretende emitir, a 1.000 euros cada um, com maturidade em 2023, visam gerar “fundos para consolidar o seu passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de dívidas que se vencerão num futuro próximo, bem como para financiar a sua atividade corrente”, refere a TAP no prospeto que já foi validado pela CMVM. O montante poderá ser revisto até dia 14 de junho.

A maior parte dos 50 milhões de euros que espera captar com a operação virão de investidores institucionais, mas a TAP conta com o apoio dos pequenos investidores portugueses que têm visto nestas obrigações de retalho uma alternativa atrativa para rentabilizarem as suas poupanças. Ainda recentemente o Benfica voltou ao mercado para colocar 40 milhões de euros, mas as ordens chegaram a 118 milhões.

"Fundos servem para consolidar o seu passivo num prazo mais alargado, através do refinanciamento de dívidas que se vencerão num futuro próximo, bem como para financiar a sua atividade corrente.”

TAP

Um fator que pesará na decisão dos investidores será a taxa de juro. Tendo em conta o risco associado a estes títulos — um detentor de obrigações é um credor da empresa, correndo o risco de perda de capital em caso de incumprimento –, bem como ao perfil da empresa, a TAP apresenta uma taxa de 4,375%. A título de exemplo, a SAD do Benfica colocou as obrigações com um juro de 3,75%.

Estas obrigações vão poder começar a ser subscritas a 3 de junho, terminando o prazo para colocar a ordem junto dos intermediários financeiros a 18 de junho. Qualquer investidor que coloque uma ordem mas queira revogá-la poderá fazê-lo até ao último dia da operação, sendo os resultados apurados a dia 19. Está prevista a admissão à negociação na Euronext Lisbon a 24 de junho.

O investimento em obrigações é completamente diferente da colocação das poupanças em depósitos, tanto em risco como em custos para quem o faz. E a TAP nota isso mesmo no prospeto. “À subscrição das Obrigações TAP 2019-2023 estarão associadas outras despesas e comissões”, refere.

Assim, “o subscritor poderá, em qualquer momento prévio à subscrição, solicitar ao intermediário financeiro a simulação dos custos do investimento que pretende efetuar, por forma a obter a taxa interna de rendibilidade do mesmo”. Pode fazê-lo junto do banco, mas também do site do regulador do mercado, a CMVM.

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