Banco Montepio ameaça processar quem violou sigilo bancário
A instituição reagiu às notícias que dão conta de uma transferência de ativos do banco para o BEM. Diz que quer “punir os responsáveis pela violação dos deveres de sigilo bancário e profissional".
O jornal Público escreveu no passado dia 20 de maio que o Banco de Empresas Montepio (BEM) estava a atrair os clientes mais sólidos da caixa económica, sem assumir os ativos tóxicos.
O presidente do banco, Carlos Tavares, já tinha reagido numa carta enviada aos colaboradores onde escrevia que não estava a haver “transferência de carteira de clientes” para esta nova instituição, criada para oferecer um serviço especializado às empresas.
Agora o banco vai um pouco mais longe e ameaça levar a tribunal “os responsáveis pela violação dos deveres de sigilo bancário e profissional, bem como de obter o devido ressarcimento pelos danos reputacionais causados”. A instituição alega que foram publicados em jornais dados de natureza comercial que “só podem ter sido obtidos com violação grosseira do sigilo bancário”.
Segundo o Público, o BEM teria sido criado para tirar do Montepio os melhores clientes do banco, com volume de negócios acima de 20 milhões de euros, sem que houvesse a correspondente passagem de ativos tóxicos e de imparidades. Ao deixar esses ativos no Montepio, o BEM poderia vir a contribuir para desvalorizar o banco, mas Carlos Tavares desmente.
Num comunicado agora enviado às redações, o Montepio associa as notícias à resistência a mudanças: “Como em todos os processos de mudança, é normal que alguns interesses instalados reajam e resistam à mudança, recorrendo à transmissão na comunicação social de informação falsa, distorcida e mesmo em violação da lei. Isso não demoverá naturalmente o Conselho de Administração — e a Comissão Executiva em particular — de continuar a aplicar o referido Plano [de Transformação] com a mesma determinação e solidariedade entre os seus membros”.
(Correção: Na notícia original, o ECO escreveu que o Banco Montepio admitia “avançar com medidas judiciais contra o jornal Público devido a uma notícia sobre o novo Banco de Empresas Montepio”. Não é claro no comunicado se o jornal é o alvo das ameaças do banco, como tal alterámos o título e parte do conteúdo da notícia).
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