Rui Rio: o problema são todos os partidos e não apenas a direita
O líder do PSD admite que os partidos da direita precisam de ser revitalizados, mas diz que os portugueses não estão descontentes apenas com a direita, mas sim com todos os partidos.
O presidente do PSD, Rui Rio, admitiu este sábado que PSD e CDS-PP têm de ser revitalizados, mas diz que este não é um problema exclusivo da direita. Em Albufeira, o líder social-democrata defende “reformas profundas no regime” com a colaboração “dos partidos todos”. “Os portugueses não estão descontentes com os partidos da direita, estão descontentes com os partidos como um todo”, disse.
Rui Rio foi ao Algarve para participar na Convenção Nacional do Conselho Estratégico social-democrata, mas à margem foi confrontando pelos jornalistas com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que aludiam a uma crise na direita. O líder do PSD tem uma opinião diferente.
“Infelizmente não posso concordar com a visão senhor Presidente da República”, disse Rui Rio, acrescentando que “os portugueses não estão descontentes com os partidos da direita, estão descontentes com os partidos como um todo”.
Para o líder do PSD, se fosse uma questão apenas da direita até seria melhor, porque seria mais fácil de resolver. No entanto, a sua opinião é que um problema no sistema, que só pode ser resolvido com a colaboração de todos os partidos. Caso contrário, a elevada abstenção verificada nas europeias só irá aumentar.
“Os 70% de abstenção não têm nada a ver com a direita, nem com a esquerda, têm a ver com o sistema como um todo. (…) Temos de fazer reformas profundas no regime e isto tem de ter a colaboração do sistema partidário todo, dos partidos todos”, disse.
Caso isto não aconteça, defende “o descrédito vai aumentar”. “Ou as pessoas percebem que o sistema está em crise e tem de ser revitalizado e revigorado, ou o sistema continuará incapaz de responder aos problemas da sociedade”, acrescentou.
“O regime democrático é, e está, cada vez menos democrático, para mim isso é claro, Cada vez mais os poderes instalados têm mais força que o próprio sistema politico, que os poderes políticos e o próprio governo, seja ele qual for”, disse.
Entre as reformas que enumerou como necessárias, Rui Rio colocou a reforma do Estado — apesar de não precisar o que entende por reforma do Estado –, reformas na justiça e no sistema de Segurança Social que garantam a sustentabilidade do sistema. Também nestas duas últimas, tal como em relação à reforma mais profunda de que defende, Rui Rio disse apenas que os partidos têm de dialogar, sem dizer exatamente que mudanças pretende fazer e quais os resultados que espera dessas eventuais mudanças.
Sobre as críticas duras feitas por Jorge Moreira da Silva, antigo vice-presidente do PSD e ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho, Rui Rio disse apenas que não leu e não teceu mais comentários sobre o tema.
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