Trump promete “acordo fenomenal” com Reino Unido após o Brexit
Os Estados Unidos estão "empenhados" em fazer um "acordo comercial fenomenal" com o Reino Unido, disse Donald Trump, durante a visita ao Reino Unido.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu esta terça-feira um “acordo fenomenal” com o Reino Unido após o Brexit, durante uma conferência de imprensa em Londres após um almoço de trabalho com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
“Agora que o Reino Unido está a preparar-se para sair da União Europeia (UE), os Estados Unidos estão empenhados em fazer um acordo comercial fenomenal entre os EUA e o Reino Unido. Há um tremendo potencial nesse acordo comercial. Eu digo provavelmente duas ou até três vezes o que estamos a fazer agora. Tremendo potencial”, disse.
O Brexit continua num impasse devido à falta de um consenso no Parlamento em redor de um acordo de saída da UE, pelo que foi adiado para além da data prevista de 29 de março, para 31 de outubro. Segundo os dois líderes, atualmente cada um dos países investe no outro mais de um bilião de dólares (890 mil milhões de euros), sendo o Reino Unido o maior investidor estrangeiro nos EUA e vice-versa.
Pelo seu lado, Theresa May revelou que hoje os dois líderes tiveram “discussões positivas”, mostrando-se otimista sobre um futuro acordo comercial bilateral. “Também tenho a certeza de que o nosso relacionamento económico vai crescer cada vez mais, com base nas conversas que tivemos e nas ideias que ouvimos das empresas do Reino Unido e dos EUA que encontrámos hoje”, afirmou.
A conferência de imprensa acontece no segundo dia de uma visita de Estado do presidente norte-americano ao Reino Unido, que começou hoje por um pequeno-almoço com empresários dos dois países. À noite, o chefe de Estado oferece um jantar de agradecimento na residência do Embaixador dos EUA, no qual o príncipe Carlos vai participar em nome da rainha.
Na quarta-feira, Trump, a rainha o príncipe Carlos e outros chefes de Estado ou de Governo participam em Portsmouth, no sul de Inglaterra, num evento comemorativo do 75.º aniversário do desembarque do Dia D das forças aliadas que contribuiu para a derrota da invasão nazi na II Guerra Mundial.
May reconhece divergências com Trump em questões como ambiente, Irão e China
A primeira-ministra britânica, Theresa May, reconheceu esta terça-feira existirem diferenças com o presidente dos EUA, Donald Trump, na abordagem em diferentes questões, como as alterações climáticas, Irão e China. “Tal como os primeiros-ministros e presidentes antes de nós, e certamente aqueles que nos vão suceder, também podemos divergir às vezes sobre como enfrentar os desafios que enfrentamos. Sempre falei abertamente consigo, Donald, quando adotámos uma abordagem diferente, e você fez o mesmo comigo“, afirmou May, numa conferência de imprensa conjunta.
Como exemplo, referiu a questão da “atividade desestabilizadora do Irão na região” e a necessidade de impedir que Teerão consiga obter armas nucleares. “Embora divirjamos quanto aos meios para o conseguir, como eu disse antes, o Reino Unido continua a apoiar o acordo nuclear, está claro que ambos queremos alcançar o mesmo objetivo“, acrescentou.
A primeira-ministra britânica reiterou também junto de Trump a abordagem do país para combater as alterações climáticas e o apoio ao Acordo de Paris, do qual os EUA se afastaram, e mencionou a China. Além de recentemente terem rompido negociações e imposto tarifas comerciais mais elevadas a Pequim, o que representa uma ameaça para a economia global, os EUA estão a pressionar o Reino Unido para não usar a companhia Huawei nas infraestruturas de telecomunicações 5G devido ao risco de segurança.
May defendeu que é preciso reconhecer a dimensão económica daquele país, embora tenha salientado que não se deve “ignorar ações que ameacem” os interesses ou valores comuns aos dois países.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha deixado em aberto há algumas semanas a possibilidade de impor restrições à troca de informações entre os dois países, mas hoje Trump foi mais positivo. “Vamos ter um acordo sobre a Huawei e tudo mais, temos uma relação de segurança incrível e vamos poder resolver quaisquer diferenças. Eu acho que não vamos ter problemas. Nós discutimos isso e eu não vejo absolutamente nenhuma limitação”, vincou.
Questionado sobre a questão do aumento em 5% das tarifas comerciais sobre produtos importados do México, o presidente norte-americano reiterou a intenção de aplicá-las a partir da próxima semana. Trump alegou ser “inaceitável” que “milhões” de imigrantes entrem nos EUA através do México e que o país deve impedi-lo, mostrando-se convicto de que tal vai acontecer. “Se não o fizerem, vamos colocar tarifas”, ameaçou.
(Notícia atualizada às 16h06 com mais informação)
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