Mohamed Morsi, ex-presidente do Egito, morre em tribunal

  • Lusa
  • 17 Junho 2019

Morsi morreu durante uma comparência em tribunal onde estava a ser julgado por “espionagem”. Governou o país entre 2012 e 2013 antes de ser derrubado pelos militares.

O ex-presidente do Egito Mohamed Morsi, que governou o país entre 2012 e 2013 antes de ser derrubado pelos militares, morreu esta segunda-feira, 17 de junho, durante uma comparência em tribunal onde estava a ser julgado por “espionagem”, referiu a televisão estatal.

Morsi, de 67 anos, desmaiou durante a sessão, precisou a cadeia televisiva.

Estava a falar perante o juiz há 20 minutos, e numa fase muito enérgica desmaiou. Foi de imediato transportado para o hospital, onde morreu”, disse uma fonte judicial citada pela cadeia televisiva Al-Jazeera.

Morsi tornou-se no primeiro Presidente democraticamente eleito do Egito em 2012, após a rebelião da Primavera Árabe em 2011 que terminou com o regime autocrático do Presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos.

Em julho de 2013 foi deposto, na sequência de protestos de massas e um golpe de Estado militar.

Morsi cumpriu apenas um ano do seu mandato de quatro anos, e enquanto os Irmãos Muçulmanos, a organização a que pertencia, foi ilegalizada após o golpe e se instalava uma intensa repressão contra diversos setores da sociedade egípcia.

O Tribunal criminal do Cairo tinha adiado para esta terça-feira o julgamento de Morsi e de outros 23 indicados num caso de “colaboração com o Hamas”, o movimento palestiniano que controla a Faixa de Gaza.

Em novembro de 2016 o Tribunal de apelo anulou a sentença de prisão de Morsi e outros 21 réus, incluindo alguns condenados à pena de morte, no mesmo caso, e ordenou a repetição do julgamento.

Morsi, que enfrentava diversos julgamentos, estava a cumprir 20 anos de prisão efetiva após ser acusado de envolvimento na morte de manifestantes em 2012, e ainda uma pena de prisão perpétua por espionagem, num caso relacionado com o Estado do Qatar.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi o primeiro dirigente a reagir à morte de Morsi, com quem manteve laços muito próximos durante a sua breve presidência.

“Que Alá conceda ao nosso mártir, ao nosso irmão Morsi, a sua misericórdia. Que a alma do nosso mártir descanse em paz”, declarou a um grupo de jornalistas.

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