PCP: Resolução Política diz que o partido não é “força de suporte” ao Governo PS
Resolução Política do XX Congresso do PCP foi aprovada por unanimidade dos cerca de 1200 delegados
O XX Congresso do PCP aprovou hoje por unanimidade a Resolução Política que estabelece a estratégia do partido para os próximos quatro anos, exigindo a libertação dos constrangimentos do euro e afirmando a “integral independência” dos comunistas.
A Resolução Política do XX Congresso do PCP foi aprovada por unanimidade dos cerca de 1200 delegados, que aplaudiram e gritaram a palavra de ordem PCP/PCP.
O documento afirma que o partido não é “força de suporte” ao Governo PS, e que a “solução política alcançada – viabilização do governo minoritário socialista – não responde à indispensável” rutura com a “política de direita”.
A durabilidade desta solução “depende da adoção de uma política que assegure a inversão do rumo de declínio e retrocesso imposto pelo governo anterior e corresponda aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo”, lê-se.
O documento propõe “aspetos prioritários” para uma “política patriótica e de esquerda”, a começar pela “libertação do país da submissão do euro e das imposições e constrangimentos da União Europeia”.
A renegociação da dívida pública, a valorização do trabalho, a defesa e promoção da produção nacional, a garantia do controlo público da banca e a recuperação para o Estado dos setores estratégicos da economia são os primeiros objetivos fixados.
O reforço da influência política, social, ideológica e eleitoral do partido e da “luta de massas” aparecem como indispensáveis para a “construção da alternativa”, que “não se fará apenas com o PCP, mas não será possível sem ou contra o PCP”.
No texto, o PCP sublinha as “limitações do Governo PS”, afirmando ter “consciência plena destas contradições e exigências” e diz que “continuará a intervir” fazendo a “avaliação que a cada momento faça do conteúdo da política prosseguida” com a “integral independência que preserva”.
De acordo com o relatório da Comissão de Redação do congresso, foram aceites “mais de 600” das 1800 propostas de alteração ao documento, números que coincidem com os do congresso de 2012 em que também foram acolhidas 600 de 1800 propostas.
O relatório, elaborado por Jorge Cordeiro, da Comissão Política do PCP, indica que foram rejeitadas propostas que “colocavam em causa importantes princípios que caracterizam e orientam as relações internacionais” do partido, assim como propostas que questionavam a “existência de etapas na construção do socialismo”.
Segundo o documento também não foram aceites propostas que “apontavam para uma desvalorização dos resultados eleitorais”, e propostas de “repetição excessiva de caracterização do PS como partido de política de direita, quando essa caracterização está presente e afirmada com clareza” e ideias que “não se enquadram no plano político e ideológico no sentido geral das Teses”.
O debate preparatório da Resolução Política “confirmou um amplo acordo do coletivo partidário” com o documento, apesar de observações sobre a dimensão e o estilo da redação, indica o relatório.
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