PCP: “Pode não haver posição conjunta no futuro”

Dias depois de uma sondagem dar um avanço ao PS, mas não ao PCP, Jerónimo de Sousa deixa um alerta ao Partido Socialista: "O PS faria bem em não se embriagar com sondagens de circunstância".

Um ano após os acordos de incidência parlamentar com o PS, o líder do PCP afirma, em entrevista ao jornal Público, que “afastar o PSD e o CDS era uma razão importante” — principalmente para mostrar que havia outra “saída” –, mas “não suficiente”. A posição conjunta assinada “não é nenhuma Bíblia nem nenhuma lei“. Jerónimo de Sousa avisa: “Pode não haver posição conjunta no futuro“.

Dias depois de uma sondagem dar um avanço ao PS, mas não ao PCP, o secretário-geral do Partido Comunista Português deixa um alerta ao Partido Socialista: “O PS faria bem em não se embriagar com sondagens de circunstância“. O comunista refere que a sondagem é “bastante falível”.

Apesar disso, Jerónimo de Sousa refere que “a posição conjunta não está esgotada”, nomeadamente porque um conjunto de medidas do OE2017 precisam de “concretização”. Além disso, o líder do PCP reconhece que houve “um suspiro de alívio” na luta dos trabalhadores, principalmente da CGTP, depois da tomada de posse do atual Governo, mas o comunista defende que “os trabalhadores nunca fizeram a luta pela luta”. Mesmo assim, “a luta não está dispensada. A luta vai ser necessária, independentemente da ação institucional”.

Nova administração da CGD? “Não coloco nenhuma medida cautelar”

O líder comunista adianta que não faz juízos antes de saber quem vai para a Caixa Geral de Depósitos, depois da demissão de António Domingues, desde que seja escolhido alguém “com competência e empenhado no serviço público“. Jerónimo de Sousa ressalva que a escolha é do Governo, mas também que é necessário que a próxima administração tenha em conta uma “componente importante de salvaguarda dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores da Caixa“.

O secretário-geral do Partido Comunista Português critica a lei do PSD relativa à transparência dos gestores públicos em instituições de crédito, aprovada por BE e CDS, por ser de um “ato de eficácia inútil“. Apesar de a demissão de António Domingues ter coincidido com a aprovação desta alteração à proposta de Orçamento do Estado para 2017, Jerónimo de Sousa argumenta que essa lei “visa entrar em vigor em janeiro, quando, pelos prazos, o Tribunal Constitucional iria decidir antecipadamente”.

Dívida: É uma “sangria desatada”

Jerónimo de Sousa defendeu ainda que não há contradição entre apoiar um Orçamento que tem como base o Tratado Orçamental e apoiar a saída da União Europeia. O secretário-geral comunista apelida os encargos da dívida de “sangria desatada” que não deixa o país investir e, por isso, crescer.

“A nossa posição não é contraditória. O que nós dizemos é que não perderemos nenhuma oportunidade para repor e conquistar direitos e rendimentos, com a consciência das limitações da solução política encontrada”, respondeu o comunista quando confrontado com essa aparente contradição.

É necessário crescimento económico em Portugal “como [de] pão para a boca” para “aumentar o nosso aparelho produtivo, a nossa produção nacional, para criar mais emprego”, mas isso não é possível com os encargos dos juros da dívida soberana, avisa Jerónimo de Sousa.

Editado por Paulo Moutinho

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