Dois terços dos depósitos já só estão aplicados até um ano
Famílias tinham 90 mil milhões de euros aplicados em depósitos a prazo no final de 2018. Quase dois terços desse montante estava em contas com prazo até um ano.
Há menos dinheiro aplicado nos tradicionais depósitos a prazo da banca. Por outro lado, há cada vez mais as famílias que preferem deixá-lo à ordem, colocando-o em contas com prazos inferiores a um ano, ainda que tendo sido nestes prazos onde se registaram os maiores cortes nas remunerações, mostram os dados do mercado bancário de 2018.
Os aforradores portugueses tinham cerca 90 mil milhões de euros aplicados em depósitos a prazo no final de 2018, menos dois mil milhões de euros face ao ano anterior. E quase dois terços (65,2%) estavam em contas com prazo até ano.
Ou seja, cerca de 58,7 mil milhões de euros estão em contas de depósitos à ordem, mais quatro mil milhões de euros do que em 2017, segundo o relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. “Em contrapartida, a proporção de montantes aplicados em depósitos com maturidades superiores a dois anos diminuiu de 29,2%, em 2017, para 24,2%, em 2018”, revela o banco central.
Com os depósitos a apresentarem remunerações cada vez menos atrativas, por causa da ação de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), a opção dos portugueses tem sido de deixar o dinheiro à ordem, onde pode ser movimentado sem grandes restrições e com menores custos. Ou de aplicar as poupanças noutras soluções mais atrativas como os produtos do Estado (certificados do Tesouro ou de Aforro).
Depósitos rendem menos
Todos os 307 depósitos a prazo disponibilizados pelos bancos tinham taxa fixa, “o que significa que a remuneração era conhecida pelo cliente no momento da constituição”. E os dados do Banco de Portugal demonstram que as rendibilidades médias continuaram a cair ao longo do ano passado, com quedas mais expressivas nos depósitos a prazo… até um ano.
“Relativamente a 2017, as taxas de remuneração médias diminuíram na generalidade dos prazos, com destaque para as reduções verificadas nos prazos de seis meses e um ano (menos 0,06 pontos percentuais, em ambos os casos)”, aponta o relatório. “Na generalidade dos prazos, as reduções da taxa média verificadas entre 2017 e 2018 foram menos acentuadas do que as verificadas nos anos anteriores”, acrescenta o mesmo documento.
No que toca aos depósitos com prazo de três anos, estas contas foram as únicos a apresentar um aumento da TANB média, com uma subida de 0,02 pontos percentuais face a 2017.
(Notícia atualizada às 13h54)
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