Marcelo responde a Passos: Presidente não pode ter “preferências nem amuos”

O Chefe de Estado não pode ter “preferências” nem “amuos”. É desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa responde a Pedro Passos Coelho, que, durante o ECO Talks, que decorreu esta manhã, disse que Marcelo segue uma linha semelhante à do seu antecessor, Cavaco Silva.

“Ainda bem que ele não é o presidente do PSD”, disse esta segunda-feira o líder dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, referindo-se ao Presidente da República, durante o ECO Talks, uma iniciativa do ECO.

Mais tarde, questionado na Covilhã pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Passos Coelho “tem toda a razão”, já que o PSD está entregue “a quem os sociais-democratas escolheram” e, além disso, o Presidente da República não pode acumular a chefia do Estado com a liderança do partido.

O Presidente da República vincou que tem de tratar todos os portugueses “da mesma maneira”.

“[O PR] não pode ter preferências nem pode ter amuos. Não pode gostar mais de uns portugueses do que de outros. Tem de gostar igualmente de todos os portugueses”, frisou, considerando ainda que o “PSD está bem entregue ao líder”.

“Eu penso que o país, modestamente, fez uma escolha que permite a mim servi-lo, sendo Presidente de todos os portugueses, quer dos sociais-democratas, quer de todos os outros que não o são”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, após uma visita à Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda o Congresso do PCP, que se realizou no passado fim de semana, em que a liderança do Partido Comunista “ficou bem entregue, porque é uma decisão das bases” do partido. “O mesmo se passa com o PSD”, notou.

Recordando a Constituição, Marcelo referiu que está previsto que o Presidente da República “colabore com qualquer governo”, criando “todas as condições para que ele possa realizar os objetivos nacionais”.

“É esse o objetivo do mandato presidencial”, disse, considerando que está a “cumprir meticulosamente e rigorosamente a Constituição em relação ao Governo”.