Coca-Cola e Pepsi abandonam associação norte-americana da indústria de plásticos
As empresas prometem embalagens recicláveis, reutilizáveis e reinventadas. Quem sabe, sem plástico.
As marcas de refrigerantes estão, gradualmente, a cortar relações com o plástico. A Coca-Cola foi a primeira a tomar a decisão de abandonar a Plastics Industry Association. Agora, seguindo este exemplo, a sua concorrente Pepsi tomou o mesmo caminho e acabou por sair da associação norte-americana.
A decisão é explicada pela Coca-Cola através de um desencontro de estratégias. Segundo a CNN (acesso livre, conteúdo em inglês), a empresa saiu da associação por perceber que a estratégia da mesma não ia ao encontro das suas políticas de sustentabilidade. “Saímos porque a postura da associação não é, de todo, compatível, com os nossos compromissos e objetivos” de redução de plástico, afirmou um porta-voz da empresa à imprensa norte-americana.
Já a PepsiCo, que se tinha juntado à Plastics Industry Association “para aprender sobre inovação de materiais”, avança que já não “participa da promoção de políticas” da associação e que, no final do ano, deixará mesmo de fazer parte dela. O objetivo da empresa é que o plástico nunca se converta num resíduo.
“A nossa visão baseia-se em três pilares: reduzir a quantidade de plástico que utilizamos, reciclar o plástico que adquirimos e reinventar as nossas embalagens de plástico”, acrescenta a PepsiCo.
A Coca-Cola, por sua vez, promete aumentar a percentagem de plástico reciclado que utiliza para produzir as suas garrafas. O número está, atualmente, nos 25% e a empresa quer, em 2025, ter esse valor nos 50%. Além disso, a Coca-Cola pretende, nesse mesmo ano, recolher 100% das embalagens que coloca em circulação no mercado.
Enquanto estas multinacionais enfrentam o problemas da produção de plásticos no mundo — e procuram alternativas –, o “lobby” com sede em Washington defende a fabricação de plásticos como uma opção “viável”, ainda que não vá ao encontro dos objetivos de sustentabilidade e de gestão de recursos disponíveis.
Ativistas apertam cerco ao plástico
A pressão dos ativistas tem sido um fator-chave neste tipo de decisões das grandes empresas. Desta vez, foram os grupos de ativistas que deram força à Pepsi e à Coca-Cola para abandonar a associação norte-americana. Antes já tinham acontecido casos semelhantes com outras empresas.
Recorde-se que a Nocilla substituiu o óleo de palma dos seus produtos por óleo de girassol. A troca foi, em parte, impulsionada pelos ativistas, que apontam o óleo de palma como prejudicial para a saúde e, também, para o meio ambiente. Já a Nutella começou a procurar formas de certificar que os seus produtos são ecologicamente corretos.
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