Sem Antram, “pouco adiantará” reunião dos motoristas com o Ministério
"Se a Antram não estiver presente como já disse que não ia estar, a reunião não poderá produzir grandes resultados", diz Pardal Henriques.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas reiterou que serão apresentadas propostas na reunião no Ministério das Infraestruturas para “evitar a greve”, mas admitiu que sem a presença da Antram “pouco se adiantará”.
“Já recebemos a resposta da parte do Ministério [das Infraestruturas] que a reunião é amanhã [segunda-feira], às 11h30”, disse à Lusa o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques.
Questionado sobre as declarações do porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), que no sábado disse que essa reunião “não existe” e que “é uma farsa” do sindicato com o objetivo de “ludibriar” os portugueses sobre uma alegada disponibilidade para negociar, Pardal Henriques disse apenas que tem conhecimento delas, mas insistiu que o encontro irá acontecer.
Segundo o porta-voz do SNMMP, a reunião foi pedida pelo seu sindicato e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) “para apresentar propostas no sentido de evitar a greve” convocada pelas duas estruturas a partir de dia 12 de agosto, por tempo indeterminado.
“Agora, se a Antram não estiver presente como já disse que não ia estar, a reunião não poderá produzir grandes resultados, pouco se adiantará”, reconheceu Pardal Henriques, acrescentando que, até agora, a ANTRAM ainda não apresentou qualquer proposta para negociar e evitar a paralisação.
Segundo a SNMMP, entre as principais propostas que tem para apresentar está a negociação de um contrato coletivo de trabalho “com um prazo de tempo mais estendido com as coisas que, quer uma parte quer outra, entendam reivindicar”.
A proposta, segundo Pardal Henriques, passa por aumentar o salário base dos motoristas para mil euros até 2025, com indexação ao crescimento do salário mínimo nacional, o que permite “um prazo mais dilatado, quer para que as empresas possam cumprir com aquilo que ficar estabelecido no CCT, quer para que haja a paz social que o país necessita”.
A greve convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.
O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.
A greve do SNMMP iniciada em 15 de abril levou à falta de combustíveis em vários postos de abastecimento em todo o país, tendo o Governo acabado por decretar uma requisição civil e convidar as partes a sentarem-se à mesa das negociações.
O SIMM já veio dizer que as consequências desta greve serão mais graves do que as sentidas em abril, já que, além dos combustíveis, vai afetar o abastecimento às grandes superfícies, à indústria e aos serviços, podendo “faltar alimentos e outros bens nos supermercados”.
A Lusa tentou contactar a Antram mas, até ao momento, tal não foi possível.
Fonte do Ministério das Infraestruturas contactada pela Lusa escusou-se a confirmar a realização da reunião de segunda-feira.
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