Motoristas de matérias perigosas têm nova proposta para evitar greve. Antram diz não se vai deixar enganar
Motoristas de matérias perigosas propõem aumentos salariais de 50 euros por ano durante os próximos seis anos. Patrões dizem que é preciso analisar bem as contas.
Nas vésperas de uma nova reunião para tentar evitar a paralisação agendada para 12 de agosto, os motoristas de matérias perigosas têm uma nova proposta que deixa cair os 100 euros de aumento em 2021 e 2022, substituindo-os por aumentos salariais de 50 euros por ano durante os próximos seis anos. Os patrões saúdam, mas dizem que não se vão deixar enganar.
“Em vez de fazermos um contrato coletivo de trabalho só de dois anos, faça-se um de seis em que sejam estipulados a priori aumentos de 50 euros de ano para ano a partir de 2021″, diz Pardal Henriques, em entrevista ao Expresso (link indisponível).
“Passaríamos dos 700 euros de salário-base em 2020 para os 1.000 em 2025. Pelo meio, em vez dos 900 euros já propostos por nós para 2022, seria um valor mais baixo: 850 euros. Ficavam todos a ganhar“, diz.
A Antram aplaude a proposta do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas para evitar a greve, mas diz que é preciso analisar o documento ao pormenor. O porta-voz da Antram, André Matias de Almeida diz à TSF que, antes de mais, é preciso perceber as contas dos motoristas e garante que a associação não se vai deixar enganar.
Se não chegarem a um entendimento, a greve avança, por tempo indeterminado. Os serviços mínimos ainda não estão definidos, tendo o Governo ficado encarregue de o fazer até 48 horas antes da paralisação perante a ausência de acordo entre patrões e sindicatos. Patrões queriam 70%, trabalhadores apenas 25%. E mantêm.
“O abastecimento de serviços essenciais está garantido. Será de 100% na saúde, proteção civil, forças de segurança, distribuição de alimentos para animais. Aí não haverá falta de combustível”, diz Pardal Henriques. “Para os restantes setores temos uma proposta de 25% dos serviços mínimos”, mantêm os motoristas.
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