Palavras de Costa “vieram revoltar mais” os motoristas de matérias perigosas
Pardal Henriques, representante do sindicato dos motoristas de matérias perigosas, critica as declarações do primeiro-ministro. Diz que não ajudam às negociações para evitar a greve.
António Costa manifestou-se publicamente contra a greve dos motoristas de matérias perigosas, criticando uma paralisação por causa de aumentos salariais em 2021 e 2022. Pardal Henriques, representante do sindicato que promete parar o país a partir de 12 de agosto, diz que as palavras do primeiro-ministro não estão a ajudar às negociações. Só estão a “revoltar ainda mais” os motoristas.
“Ninguém de bom senso compreende porque é que se faz uma greve em 2019 sobre aumentos salariais de 2021 e 2022”, disse Costa, em declarações a partir de Loulé, transmitidas pela SIC Notícias. Pedro Pardal Henriques reagiu. À TSF, diz que aquilo que o primeiro-ministro disse não ajuda nada às negociações para evitar a greve.
“As entidades que deviam proteger os portugueses não o estão a fazer e estas palavras vieram revoltar mais os trabalhadores“, afirma o representante dos motoristas, acusando Costa de estar ao lado do poder económico, “contra tudo e contra todos”.
“Para o senhor primeiro-ministro não contam os problemas que estes trabalhadores têm passado, as ilegalidades cometidas contra estes trabalhadores ao longo dos anos, nem a fraude fiscal gigantesca que existe ou as horas de trabalho que são obrigados a fazer ultrapassando todos os limites legais…”, disse o responsável.
"As entidades que deviam proteger os portugueses não o estão a fazer e estas palavras vieram revoltar mais os trabalhadores.”
O sindicato dos motoristas de matérias perigosas, mas também o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, têm agendada uma greve por tempo indeterminado para 12 de agosto. Antes disso, vão voltar a reunir-se com o Governo, na próxima segunda-feira.
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