PSP diz que é “falso” haver esquadras encerradas por causa da greve dos motoristas
A PSP diz que existem casos pontuais de encerramento temporário de esquadras", mas que isso é feito "numa ótica de gestão operacional e otimização de meios”.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) afirmou esta quinta-feira que é “totalmente falso” que estejam esquadras fechadas devido ao trabalho de polícias na condução e escolta de camiões-cisterna, por causa da greve dos motoristas.
Em comunicado à imprensa, a PSP refere que apenas “existem casos pontuais de encerramento temporário de esquadras, em períodos devidamente definidos, numa ótica de gestão operacional e otimização de meios”.
De acordo com a PSP, as esquadras fecham devido à segurança pública das populações, sem haver qualquer relação com “a missão da PSP na situação de crise energética em curso”.
A PSP nega, assim, a existência de esquadras encerradas por falta de efetivos relacionado com o desvio de forças de segurança para conduzir camiões de combustível no âmbito da greve de motoristas.
Ao início da tarde, a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia denunciou que estariam pelo menos duas esquadras da PSP fechadas e a existência de agentes “a trabalhar 24 horas” devido à “falta de efetivos”, que se agravou com a greve dos motoristas.
“Há esquadras encerradas. Já houve antes da greve, devido a outras iniciativas, e agora continua, pelo menos em Ermesinde, no Porto, e em Alhandra. A continuarmos [com a greve dos motoristas] vai haver mais, porque o efetivo não estica. Há uma sobrecarga preocupante. Consegue-se ir aguentando, mas não dá para aguentar sempre. O ritmo imposto [devido à paralisação dos motoristas e aos serviços exigidos à PSP] não dá para muitos dias”, explicou à Lusa Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP).
Depois, o ministro do Ambiente afirmou desconhecer qualquer fecho de esquadras da PSP por falta de efetivos relacionado com o desvio de forças de segurança para conduzir camiões de combustível no âmbito da greve de motoristas.
“Não tenho nenhuma informação de que seja verdade”, disse João Pedro Matos Fernandes numa conferência, realizada hoje na sede da Entidade Nacional para o Setor Energético, em Lisboa.
Os motoristas de transportes de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o quarto dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
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