Pardal Henriques confirma que é cabeça de lista do PDR por Lisboa e abandona cargo de porta-voz do sindicato

Pardal Henriques confirmou que vai concorrer pelo partido de Marinho Pinto às legislativas. Advogado deixa cargo de porta-voz do sindicato, mas já representa seguranças e trabalhadores da rodoviária.

O porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) Pedro Pardal Henriques vai concorrer pelo partido de Marinho Pinto às eleições legislativas. Em comunicado, o advogado confirmou ter aceitado “o convite para integrar a lista do PDR como cabeça de lista pelo círculo de Lisboa“.

“Tomei esta decisão depois de ponderar bastante e de conferenciar com a minha família, e fi-lo consciente de que pretendo ser uma voz ativa por todas as causas que tenho vindo a defender, e que considero que hoje não estão representadas no Parlamento Português”, justifica. Face ao exposto, acrescenta, “a partir deste momento não serei mais o porta-voz do SNMMP, por forma a não misturar o que poderia ser interpretado como campanha eleitoral”.

O PDR vai apresentar 22 cabeças-de-lista às próximas eleições legislativas. Nas últimas eleições foi a sétima força política mais votada, contabilizando 1,14% dos votos (61.632), não tendo ainda assim conseguido eleger qualquer deputado. As eleições decorrem no próximo dia 6 de outubro e a campanha inicia-se no dia a seguir ao fim da nova greve convocada pelos motoristas.

Apesar de Francisco São Bento, presidente do sindicato, ter defendido hoje que não tinha que comentar a entrada de Pardal Henriques na corrida a um lugar de deputado, salientando tratar-se de uma “questão pessoal do Dr. Pedro Pardal Henriques”, o representante dos motoristas não se contém em associar a “decisão pessoal” aos protestos deste sindicato.

No comunicado onde confirma a integração das listas do PDR, Pardal Henriques critica a reação dos partidos políticos, “em especial dos partidos com assento parlamentar”, quanto à “utilização de todos os meios possíveis para através da força e da aliança com as empresas, dizimar os direitos constitucionais dos trabalhadores, que reclamam unicamente o pagamento do trabalho que fazem, sem esquemas fraudulentos”.

O papel de porta-voz do SNMMP foi o que projetou Pardal Henriques para a ribalta mediática, graças à constante pressão e exigências que o sindicato foi colocando para lançar sucessivas greves. Além de lhe ter assegurado a entrada direta na agenda de partidos políticos menos representativos — ainda que se desconheça o que defende em termos políticos –, este cargo assegurou-lhe igualmente o alargamento da carteira de clientes.

Apesar de deixar o cargo de porta-voz do sindicato, o agora candidato do PDR sublinha que vai continuar a representar juridicamente o sindicato, “assim como o sindicato dos Seguranças e Vigilantes de Portugal, o sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, assim como outros sindicatos e causas que aceitei defender”, detalha no comunicado.

Não esperando pelas críticas para se defender, Pardal Henriques sublinha que os críticos dirão “que me quis aproveitar da causa dos motoristas para me autopromover”, recordando que “defendo esta causa desde 2017, e nunca foi a minha intenção iniciar uma carreira política”. Pelo menos até agora, entenda-se.

A estas pessoas que possam utilizar esses argumentos baixos, apenas questiono o porquê não tiveram coragem de assumir esta ou outras causas como estas? É mais fácil criticar ou manter-se conivente com os esquemas instalados no nosso Estado”, atira. Pardal Henriques termina assegurando que continuará a exercer advocacia e a “defender todas as causas” em que acredita, “em especial o o novo Sindicalismo Independente”, pretendendo fazê-lo “com uma voz ativa contra a hipocrisia e a corrupção no Parlamento”.

A confirmação surge depois de Marinho Pinto ter avançado com a novidade esta manhã. “Pardal Henriques vai ser candidato pelo PDR, mas na altura própria divulgaremos o círculo eleitoral por onde se candidatará”, disse aos jornalistas o advogado e ex-deputado europeu, depois de entregar a lista dos candidatos do Partido Democrático Republicano pelo círculo eleitoral do Porto.

(Notícia atualizada às 18h50)

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