Certificados já captaram 565 milhões em 2019

Os produtos de aforro do Estado estão a receber mais investimento que o esperado pelo Governo. Com baixos juros nas obrigações e certificados atrativos, IGCP poderá deixar as OTRV para segundo plano.

Os produtos de poupança do Estado engordaram em 565 milhões de euros entre janeiro e julho deste ano. A maior parte do dinheiro continua a ter como destino os certificados do Tesouro, mas os certificados de Aforro também ganham peso, segundo revelam os dados do boletim estatístico do Banco de Portugal.

O investimento em certificados totalizou 28.855 milhões de euros em julho, o que representa o valor mais elevado de sempre. As aplicações nos certificados do Tesouro cresceram 462 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, para um total de 16.880 milhões. Já os certificados de Aforro ganharam 103 milhões de euros, situando o saldo em 11.975 milhões.

Fonte: Banco de Portugal

Produtos de aforro do Estado superam expectativas

A captação de investimento para produtos do Estado está a ser maior que o esperado. O Governo entrou em 2019 a assumir uma saída líquida de mil milhões de euros dos certificados em resultado do fim do prazo dos primeiros Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), que tinham uma maturidade de cinco anos.

A perspetiva era que todo o dinheiro que entrou nestes CTPM e que agora está a ser reembolsado acabasse por ser redirecionado para investimentos alternativos, ainda que parte fosse reinvestida em certificados de aforro ou CTPC. No entanto, a presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, Cristina Casalinho, já admitiu que as estimativas eram demasiado conservadores.

Certificados podem compensar OTRV

Em vez de sair dinheiro, a realidade é que está a entrar. Como o ECO noticiou, o reforço do investimento das famílias em produtos de dívida pública portuguesa poderá vir a substituir a emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), o mais recente produto de poupança do Estado para as famílias.

Apesar de a colocação de mil milhões de euros em OTRV continuar nos planos do IGCP, será muito difícil que veja a luz do dia este ano já que, com os juros de toda a dívida portuguesa até aos oito anos abaixo de zero, Cristina Casalinho não tem como atrair pequenos investidores para estes títulos que, além do mais, obrigam ao pagamento de comissões.

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