Multa recorde para a Pfizer por inflacionar preço de medicamento
Contribuir para o aumento em mais de 2000% do preço de um medicamento para a epilepsia vai sair caro à farmacêutica, com uma multa milionária no Reino Unido.
É uma multa recorde: a entidade reguladora do mercado no Reino Unido multou a farmacêutica Pfizer em 84,2 milhões de libras, cerca de 99 milhões de euros, pelo seu papel no aumento em mais de 2000% do preço de um medicamento para a epilepsia.
O caso remonta a 2012, quando a Pfizer vendeu os direitos do medicamento, que vendia sob o nome de Epanutin, a uma empresa britânica, a Flynn Pharma. Quando foi vendido, o medicamento deixou de ter essa marca e o preço deixou de estar controlado, o que levou a um aumento de 2,83 libras por pacotes de 100 miligramas para 67,50 libras pela mesma quantidade.
“As empresas exploraram deliberadamente a oportunidade oferecida pelo debranding [estratégia de retirar a marca] para aumentar o preço de um medicamento de que milhares de doentes dependem”, disse Philip Marsden, o chairman do regulador Competition and Markets Authority. “Esta é a maior multa que a CMA alguma vez impôs, e envia uma mensagem clara ao setor de que não vamos tolerar este comportamento”, completou Marsden, citado pela agência Reuters.
Também a Flynn Pharma, a quem a Pfizer vendeu o medicamento cujo preço foi manipulado, foi multada em 5,2 milhões de libras, cerca de seis milhões de euros.
Os preços do antigo Epanutin eram muitas vezes mais elevados no Reino Unido do que no resto dos países da União Europeia, e a despesa do serviço de saúde britânico nestes medicamentos subiu de dois milhões de libras em 2012 para cerca de 50 milhões em 2013.
A multa chega numa altura em que a manipulação dos preços dos medicamentos está no centro do debate público internacional. No ano passado, a farmacêutica norte-americana Turing Pharmaceuticals, detida então pelo empresário Martin Shkreli, causou um escândalo mundial ao aumentar em mais de 5000% o preço de um medicamento usado para tratar pessoas com HIV.
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