Farmacêutica Valeant acusada por falhas na promoção do “viagra feminino”
Um grupo de ex-investidores acusou a Valeant de ter não ter promovido corretamente o medicamento Addyi, conhecido por "viagra feminino".
A Valeant, uma farmacêutica canadiana que tem estado envolvida em vários escândalos, foi processada por ex-investidores da Sprout, uma empresa que adquiriu no ano passado por mil milhões de dólares (908,8 milhões de euros). Em causa, um alegado falhanço na disseminação do comprimido Addyi no mercado, também conhecido por “viagra feminino”.
Segundo a Reuters, o processo foi instaurado num tribunal em Delaware (EUA) e a acusação aponta que a Valeant terá fornecido o medicamento a um preço demasiado elevado para o mercado: 800 dólares. O elevado custo terá resultado em vendas pouco satisfatórias, com os gestores de farmácias a recusarem cobrir o custo do medicamento, refere a queixa.
Os ex-investidores da Sprout não especificam os prejuízos. Alguns analistas estimam que o mercado dos medicamentos para tratar baixo desejo sexual em mulheres pode valer cerca de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros).
Tem sido uma semana atribulada para a Valeant, como de resto já vem sendo habitual para esta empresa norte-americana. Os títulos da farmacêutica arrancaram a sessão de segunda-feira com perdas de 12,33%, recuperando e disparando 33,74% na terça-feira.
Na origem da escalada, a notícia de que a empresa estará a considerar vender a Salix, a unidade de medicamentos para doenças do estômago, à empresa japonesa Takeda, num negócio estimado em dez mil milhões de dólares (9,08 mil milhões de dólares). Contudo, esta quarta-feira, as ações voltaram a desvalorizar, chegando a derrapar mais de 10% para 21,37 dólares.
Recorde-se que a Valeant está também a ser investigada por suspeitas de que ocultou informação às seguradoras do setor da saúde, nomeadamente a sua ligação à Philidor, uma empresa de prestação de serviços farmacêuticos por correio. A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal.
No ano passado, a empresa foi também acusada de falsificar contas pela Citron Research usando, para tal, uma rede de farmácias falsas. Na altura, os títulos da Valeant chegaram a cair quase 40%, valor recorde para as ações da farmacêutica. Foi o ativista norte-americano Bill Ackman quem estancou a hemorragia, ao comprar dois milhões de títulos da empresa.
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