Portugal entre os países da OCDE onde a carga fiscal mais subiu no pós-crise. Irlanda foi onde mais caiu
Portugal está entre os países da OCDE onde a carga fiscal mais subiu numa década. Irlanda foi onde mais baixou e Grécia o país onde mais aumentou - quase três vezes mais que em Portugal.
Portugal está entre os países onde a carga fiscal mais subiu entre 2007 e 2017, durante os quais a economia mundial se confrontou com uma crise financeira e os países avançaram com políticas de resposta à situação mundial. A conclusão pode retirar-se do relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que a instituição publicou esta quinta-feira.
Em 2007, a carga fiscal em Portugal atingia 31,8% do PIB tendo subido para 34,7% do PIB em 2017. Na mesma década, a Irlanda viu a carga fiscal baixar de 30,4% do PIB para 22,8%, transformando-se no país analisado pela OCDE onde o peso da carga fiscal na economia mais baixou. Porém, a instituição adianta que a explicação para este alívio fiscal na economia irlandesa se deve “sobretudo ao aumento extraordinário do PIB em 2015”.
À frente de Portugal, com aumentos maiores na carga fiscal, estão o Japão, a Holanda, a França, a Eslováquia, a Argentina, o México e a Grécia.
Esta foi, aliás, a tendência geral dos países analisados pela OCDE. “A carga fiscal é agora mais elevada do que no nível pré-crise em 23 dos 39 países avaliados neste relatório”, indica a organização. Na Grécia, um dos países que a par de Portugal também esteve sob resgate, a carga fiscal teve o aumento mais elevado, de 8,2 pontos percentuais, quase três vezes mais do que em Portugal, onde aumentou 2,9 pontos percentuais.
A evolução da carga fiscal é um dos temas que mais tem marcado o debate político durante esta legislatura. Durante o resgate da troika, Portugal aumentou os impostos e em 2013 o Governo de Passos Coelho avançou mesmo com o enorme aumento de impostos no IRS. O Executivo de António Costa tem baixado alguns impostos, mas o enorme aumento de impostos ainda não foi revertido na totalidade. Este indicador – que mede o peso dos impostos na economia – tem atingido ainda assim valores recorde. O Governo tem argumentado que o crescimento dos salários e o aumento do emprego explicam este acréscimo.
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