Conselho fiscal da CP alerta que é necessário encontrar soluções para concretizar investimentos
Parecer do Conselho Fiscal chama também a atenção para a necessidade de ser concluído o processo de contratualização da prestação de serviço público.
A continuidade e sucesso da atividade operacional da CP dependem do suporte financeiro do Estado e de soluções que minimizem os constrangimentos resultantes do adiamento de investimentos em material circulante e infraestrutura ferroviária, refere o Conselho Fiscal da CP.
Na sua análise ao Relatório e Contas Consolidadas intercalar do 1.º semestre de 2019 do Grupo CP – Comboios de Portugal, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Conselho Fiscal da CP salienta a manutenção da tendência de melhoria dos resultados evidenciada nos primeiros seis meses deste ano, mas refere a situação financeira da empresa, que fechou o semestre com capitais próprios negativos de 2.311,7 milhões de euros.
No seu parecer, o Conselho Fiscal sublinha que, apesar do endividamento ter diminuído em 5,2 milhões de euros face ao valor registado no final de 2018, permanece num nível “ainda muito elevado”.
Neste contexto, e apesar da melhoria observada nos resultados – como a redução dos prejuízos ou o aumento do número de passageiros, – o Conselho Fiscal reitera que “a continuidade e sucesso da atividade operacional do Grupo CP depende, não só do suporte financeiro por parte do Estado, mas também do sucesso das soluções preconizadas para minimizar os constrangimentos resultantes do adiamento da concretização de investimentos no rejuvenescimento do material circulante, na infraestrutura ferroviária”.
O reforço de investimento visa ainda o reforço da força de trabalho especializada designadamente nos serviços de manutenção e reparação de material circulante.
O parecer do Conselho Fiscal chama também a atenção para a necessidade de ser concluído o processo de contratualização da prestação de serviço público “e consequente atribuição das indemnizações compensatórias como forma de assegurar a sustentabilidade operacional” da CP.
Na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em 27 de agosto, a CP anunciou que teve um prejuízo de 49 milhões de euros no primeiro semestre, uma redução de 10% em relação aos 54,6 milhões de euros registados em igual período do ano anterior.
Na ocasião, a empresa pública indicou que “para esta melhoria de 5,5 milhões de euros contribuiu, fundamentalmente, o aumento das vendas e serviços prestados (4,8 milhões de euros), impulsionado pelo crescimento dos rendimentos de tráfego”.
Os gastos com pessoal (sem indemnizações por rescisão) registaram um aumento de 0,6 milhões de euros.
A empresa de transporte ferroviário indicou ainda que no primeiro semestre de 2019 foram transportados pela CP mais de 66 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 4,4 milhões de clientes (7,1%), relativamente ao mesmo período do ano anterior.
“Os proveitos de tráfego ficaram próximo dos 130,2 milhões de euros, registando um crescimento de 4,4% relativamente ao período homólogo (mais 5,5 milhões de euros)”, refere o documento enviado à CMVM.
No final do primeiro semestre de 2019, a CP tinha 2.615 trabalhadores, menos 72 que no período homólogo de 2018 e menos 43 que no final de 2018, “devido ao número de rescisões ter superado o valor inicialmente estimado e de não ter sido possível concretizar os processos de recrutamento previstos”.
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