Baixos salários afastam militares das Forças Armadas, diz Gomes Cravinho

  • ECO
  • 21 Setembro 2019

Numa altura em que Portugal tem menos cerca de quatro mil militares do que precisava, o ministro da Defesa Nacional aponta para os baixos salários como um desincentivo.

Os baixos salários são um dos fatores para que os militares abandonem as Forças Armadas, segundo o ministro da Defesa Nacional. Em entrevista à TSF (acesso livre), João Gomes Cravinho explicou que faltam quatro mil profissionais para fazer face às necessidades do país.

“Os salários não são altos, o estado não tem salários altos; ao longo dos anos, é algo que se tem vindo a sentir muito em todas as áreas do Estado. Mas o problema central não está na carreira daqueles que entram para os quadros permanentes, mas sim na retenção dos contratados. São recrutados por um período de seis anos e saem ao fim de dois ou três”, afirmou o ministro sobre as razões para muitas pessoas interromperem o contrato.

Apesar de faltarem menos cerca de quatro mil militares às Forças Armadas portuguesas, o ministro rejeita que haja a hipótese de um regresso ao serviço militar obrigatório (SMO) e diz que não vê essa necessidade atualmente.

“A questão do SMO em que jovens que, quer queiram quer não, são obrigados a passar um certo período de tempo a desempenhar nas Forças Armadas para as quais não se sentem particularmente vocacionados, essa ideia pertence a um outro tempo, não corresponde ao tipo de exército e forças armadas profissionais que nós precisamos hoje em dia“, sublinhou.

No entanto, o ministro reconhece que é necessário um grande esforço devido à falta de recursos, nomeadamente no que diz respeito à componente terrestre. Nesse sentido, o Governo está a estudar a possibilidade de criação de “um quadro permanente de efetivos no Exército e na Força Aérea, tal como existe na Marinha”.

Questionado sobre o contributo para a NATO, João Gomes Cravinho acrescentou que espera que Portugal cumpra os 2% de Orçamento do Estado para a Defesa no prazo de cinco anos, tal como ficou estipulado com a Aliança Atlântica, em declarações ao programa O Estado do Sítio, da TSF.

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