Independentemente do resultado das eleições, DBRS vê “continuidade na política orçamental”
Portugal vai a votos a 6 de outubro. Mesmo com eleições à porta, a DBRS decidiu subir o rating, já que acredita que independentemente de quem seja o vencedor, a estratégia orçamental vai manter-se.
As legislativas estão “à porta”, mas nem isso impediu a DBRS de rever o rating da dívida portuguesa. Seis meses depois de dado sinais de uma eventual melhoria da classificação, acabou mesmo por fazê-lo, colocando a notação em “BBB (high)”. Justifica a revisão em alta com a melhoria estrutural do desempenho da economia, associada ao esforço continuado de consolidação orçamental. Um esforço que, diz, vai continuar, independentemente de quem quer que saia vencedores das eleições de 6 de outubro.
“Independentemente do resultado das eleições de 6 de outubro, a DBRS acredita que a dinâmica política nacional irá resultar na continuidade da estratégia orçamental, já que o eleitorado continua concentrado nos partidos políticos europeístas”, diz a agência de notação financeira canadiana, no comunicado em que elevou o rating português para o nível mais elevado em oito anos, igualando-o ao de Itália.
As mais recentes sondagens apontam para uma vitória do PS, embora sem maioria absoluta. O último grande estudo de opinião, publicado pela SIC e o Expresso, do ISCTE e ICS, colocou o partido de António Costa com 38%, acima dos 28% do PSD, o que, a confirmar-se, obrigará os socialistas a procurarem novamente um parceiro para governar o país. Poderá levar a uma nova geringonça.
A DBRS, que classifica Portugal como “uma democracia liberal estável”, recorda que nos últimos quatro anos o país foi governado pelo PS, com apoio parlamentar tanto do Bloco de Esquerda como do PCP e dos Verdes. “Apesar desta posição minoritária [do PS] ter levantando alguns receios quando à capacidade de manter uma estratégia orçamental de longo prazo, no passado, o governo permaneceu no poder durante todo o mandato e cumpriu com as metas orçamentais do Programa de Estabilidade“.
Portugal conseguiu reduzir o défice de forma expressiva, projetando-se para este ano um défice de 0,2% do PIB, isto num contexto de crescimento acelerado da economia. A perspetiva é de que o défice encolha ainda mais, embora num contexto mais desafiante. A DBRS prevê que o “ritmo de crescimento deverá ser mais moderado do que no passado recente em virtude de uma desaceleração da procura externa”.
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