Comércio eletrónico é “uma das alavancas de crescimento” dos CTT
CTT "podem desempenhar um papel catalisador muito importante no mercado" do comércio eletrónico, diz o presidente dos CTT, João Bento.
O presidente executivo dos CTT, João Bento, considerou, em declarações à Lusa, que o comércio eletrónico “continua a evoluir com muito dinamismo” e que é “uma forte aposta” da empresa “e uma das alavancas de crescimento”.
Numa resposta por escrito a questões colocadas pela Lusa, no âmbito do Dia Mundial dos Correios, que hoje se comemora, João Bento salientou que “o mundo do comércio eletrónico continua a evoluir com muito dinamismo, nas suas várias vertentes” e “prova disso são os crescimentos verificados nos últimos anos e a expectativa de que esses crescimentos se mantenham para os próximos anos”.
Aliás, o comércio eletrónico “é uma forte aposta dos CTT e uma das alavancas de crescimento da empresa, não apenas enquanto fornecedor de excelência de distribuição e logística, mas também enquanto player ativo no setor”, prosseguiu o gestor, que assumiu a liderança dos Correios de Portugal em maio último.
“Acreditamos que os CTT podem desempenhar um papel catalisador muito importante no mercado”, sublinhou, apontando o exemplo do Dott, marketplace de comércio eletrónico resultante de uma parceria com a Sonae.
"Com o crescimento das encomendas e a queda do tráfego, é inevitável que as empresas do setor postal e logístico se adaptem a esta nova realidade através do seu modelo de negócio.”
O Dott, que “tem a ambição de ser tornar o grande marketplace das empresas e dos clientes portugueses, um verdadeiro campeão nacional de ecommerce em Portugal”, é apenas “uma das muitas iniciativas” dos CTT.
“A entrega da última milha será sempre um dos principais desafios em termos de comércio eletrónico. A inovação no setor, que permite resolver esses desafios, é uma externalidade positiva do seu crescimento e os grandes players mundiais serão sempre uma referência”, disse, quando questionado sobre o facto de grandes retalhistas como a Amazon estarem a apostar em sistemas de entregas inovadores.
“Acreditamos que a nível local temos toda a capacidade de fornecer aos consumidores portugueses e espanhóis as soluções mais convenientes“, rematou João Bento.
Para o gestor, a diversificação do setor é incontornável.
“Com o crescimento das encomendas e a queda do tráfego, é inevitável que as empresas do setor postal e logístico se adaptem a esta nova realidade através do seu modelo de negócio“, disse, salientando que “todo o setor, não só a nível nacional, mas também internacional, tem acompanhado a alteração do correio físico tradicional, através da aposta em soluções digitais, de proximidade e conveniência, que vão ao encontro das necessidades dos clientes e do comportamento do consumidor”, que é cada vez mais exigente, referiu.
“É neste contexto transformacional que os CTT têm vindo a adaptar a sua organização para suprir as novas necessidades da alteração do perfil de negócio, mas também têm vindo a alterar as suas operações, através de um plano de modernização e investimento, no quadro do qual estamos a investir 40 milhões de euros”, recordou o presidente executivo.
Sobre o impacto da quinta geração móvel (5G), que está prevista ser lançada em Portugal em 2020, João Bento salientou que “a conectividade desempenhará um papel absolutamente crucial no âmbito do atual estádio de desenvolvimento social e empresarial, permitindo através” daquela tecnologia e da Internet das Coisas [em que os dispositivos estão conectados entre si] “que este potencial seja efetivamente capturado”.
“No nosso setor, em transição dos correios para a logística enquanto cadeia de valor alargada, o potencial destas tecnologias é imenso”, considerou.
“O 5G, em particular, através das suas características de baixa latência, alta velocidade e disponibilidade, permitirá, por exemplo, a sensorização em escala de objetos e de elementos da cadeira operativa logística, que nos permitirão não só garantir processos cada vez mais eficientes, por exemplo, na capacidade de prever com exatidão fluxos de tráfego das nossas redes e ajustar a operação”, apontou.
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