Portugal paga apenas 0,49% para emitir 750 milhões em dívida a 15 anos
No primeiro leilão de obrigações após as legislativas, e na semana anterior a fazer um reembolso antecipado de dois mil milhões aos credores europeus, Tesouro captou 750 milhões em dívida a 15 anos.
Portugal pagou menos para emitir 750 milhões de euros em dívida a 15 anos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP realizou esta quarta-feira o primeiro leilão de obrigações do Tesouro (OT) após as eleições legislativas e a uma semana de a fazer um reembolso antecipado de dois mil milhões aos credores europeus.
A taxa de juro conseguida no leilão, de 750 milhões de euros em OT com maturidade em 18 de abril de 2034, fixou-se em 0,49%, num novo mínimo histórico. A última vez que Portugal tinha colocado dívida a 15 anos foi em setembro, quando emitiu 400 milhões de euros, a uma taxa de juro de 0,676%.
Em mercado secundário, os títulos com este prazo negoceiam com um juro de 0,519%, enquanto as OT benchmark, ou seja a dez anos, têm uma taxa de 0,123%.
Os investidores — que têm mostrado confiança na estabilidade que resulta das legislativas de domingo — reforçaram o apetite por dívida portuguesa. A procura ficou 2,47 vezes acima da oferta, enquanto na última colocação comparável tinha sido 2,30 vezes maior.
Com este novo leilão, Cristina Casalinho mantém a estratégia de aproveitar os baixos juros para se financiar com maturidades mais longas, enquanto recompra dívida mais cara no mercado e reembolsa antecipadamente os empréstimos da troika. É isso que irá fazer na próxima semana.
O secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix anunciou esta terça-feira que Portugal vai pagar na próxima semana o reembolso antecipado de dois mil milhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). A data para o pagamento antecipado ainda não está fechada, mas é certo que será “já em outubro”, devendo ocorrer entre os dias 15 e 17, disse o secretário de Estado à Lusa.
O governante afirmou que o pagamento antecipado de dois mil milhões de euros ao FEEF já anunciado pelo Executivo, permitirá uma poupança em juros acumulada da ordem dos 120 milhões de euros, uma vez que os empréstimos em causa venciam apenas em 2025/2026.
(Notícia corrigida às 10h45 com alteração do valor da emissão de 1.000 para 750 milhões)
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