Sabadell vai sair do capital do BCP
Os espanhóis saem devido à entrada da Fosun, que adquiriu uma participação de 16,7% no capital do banco português.
Os espanhóis vão alienar 38,6 milhões de ações do Banco Comercial Português (BCP), uma operação avaliada em 50 milhões de euros. Vão vender praticamente toda a posição no banco português, numa altura em que a Fosun se prepara para entrar no capital do BCE.
A notícia foi avançada pela agência Bloomberg e já foi confirmada pelo BCP em comunicado à CMVM. A operação de venda dos 4,1% do Sabadell está a ser executada em exclusivo pelo banco de investimento Citigroup. No final, os espanhóis ficarão com apenas 0,1% do BCP.
No comunicado, é dito que após a alienação, que será feita através do lançamento de uma oferta particular das ações, que o Banco Sabadell deverá permanecer titular de 1.353.619 ações, tendo assumido com o Citi “um compromisso de não alienação (lock-up), sem o consentimento prévio por escrito do Citi, por um período de 90 dias contados da presente data.”
"Com a entrada da Fosun, só nos restava aumentar a nossa participação ou retirar-nos da corrida ao controlo do BCP.”
À Lusa, fonte oficial do Sabadell justifica a saída com a entrada da Fosun. “Com a entrada da Fosun, só nos restava aumentar a nossa participação ou retirar-nos da corrida ao controlo do BCP”, disse a fonte do banco espanhol. “Como os chineses querem aumentar a sua participação, o razoável é nós reduzirmos a nossa”, acrescentou.
As ações do BCP fecharam hoje em queda de 1,41% para os 1,2902 euros. Na semana passada, os títulos estiveram animados, acumulando uma valorização de 13,03%.
O Sabadell é acionista de longa data do BCP, e a venda acontece numa altura em que os chineses da Fosun entraram no capital do banco português, assumindo uma posição de 16,67%. O segundo maior acionista passou a ser a Sonangol que viu a sua posição diluída para os 14,87%.
Os espanhóis do Sabadell eram até agora os terceiros maiores acionistas, seguidos pela EDP (2,14%) e pela Interoceânico (1,7%). Entraram no capital do BCP há 16 anos, tendo ambos os bancos tidos participações cruzadas e firmado uma parceria estratégica, estabelecendo nomeadamente um pacto de não-agressão para o mercado ibérico.
Entretanto, em abril, a Fosun adquiriu uma participação de 16,7% do BCP, que indicou que o grupo chinês é agora o maior acionista do banco, após a operação de aumento de capital que subscreveu, descendo a Sonangol para a segunda posição.
Resta saber quem ficará com os 4,1% que estão a ser vendidos pelo Banco Sabadell.
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