Clara maioria do Conselho de Governadores do BCE concordou com regresso à compra de dívida
Apesar de uma "clara maioria de membros" do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu concordar com voltar a comprar dívida, alguns membros consideraram que os argumentos não eram fortes.
Uma “clara maioria de membros” do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) concordou em voltar a comprar dívida pública e privada da zona euro, indicam as atas da última reunião durante a qual a medida foi aprovada.
As atas da reunião do Conselho de Governadores do BCE de 12 de setembro, publicadas esta quinta-feira, mostram que, apesar desta “clara maioria”, também houve alguns membros que consideraram que os argumentos para regressar às compras de dívida “não eram suficientemente fortes”.
Estes membros consideraram que as compras de dívida eram um instrumento menos eficiente dada a atual compressão dos juros a prazo ou que se trata de “um instrumento de último recurso, que só se deveria implementar numa situação de contingências mais severas e que não estava justificado tendo em conta as perspetivas atuais”.
Um pacote de medidas de estímulo monetário, que não incluísse as compras de dívida pública e privada da zona euro, “poderia ser considerado adequado”, afirmaram alguns membros do Conselho de Governadores.
O BCE deverá voltar a comprar dívida privada e pública da zona euro a partir de novembro, no valor de 20.000 milhões de euros por mês. A entidade também decidiu em setembro que comprará dívida até “pouco antes de começar a subir as taxas de juro”.
O BCE também baixou a taxa de juro de depósito em 0,10 pontos para -0,50%, com o apoio também de uma “ampla maioria” dos membros, e afirmou que espera que as taxas de juro se mantenham no nível atual ou ainda mais baixo até que constate que as perspetivas da inflação convergem de forma robusta com o objetivo, que é uma taxa de inflação abaixo mas próxima de 2%, e que aquela convergência se reflita na inflação subjacente.
A entidade também decidiu emprestar aos bancos a melhores condições durante três anos, enquanto antes tinha dito que os empréstimos seriam a dois anos, e introduziu um sistema pelo qual não cobrará aos bancos uma parte do excesso de reservas.
Alguns membros do BCE consideraram que as condições financeiras já “eram muito favoráveis”, dado que os títulos com vencimento a muito longo prazo são negociados a taxas negativas, e disseram que as decisões do BCE deviam ser tomadas com base na efetivação das medidas e não como sinal para os mercados.
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