PS não vai assinar acordo escrito com o Bloco. Estão reunidas as condições para PS formar Governo, diz Costa
"Estão reunidas as condições para o PS formar Governo, iniciando a sua governação com perspetivas de estabilidade para o horizonte da legislatura", disse o secretário-geral do PS.
O secretário-geral do PS considerou esta quinta-feira que estão reunidas as condições para que os socialistas formem Governo e iniciem funções governativas com perspetivas de estabilidade no horizonte da legislatura. E excluiu a possibilidade de fazer um acordo por escrito com o Bloco de Esquerda.
“Resultou dos contactos que, à semelhança da legislatura agora finda, será prosseguida uma metodologia idêntica de apreciação prévia das propostas de Orçamentos do Estado e de outras relevantes para a estabilidade governativa”, pode ler-se no comunicado do PS divulgado após a reunião da Comissão Política. Desta forma, os socialistas fecham claramente a porta a um acordo escrito com o BE para viabilizar a estabilidade governativa ao longo dos quatro anos da legislatura.
António Costa à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS já tinha frisado que “estão reunidas as condições para o PS formar Governo, iniciando a sua governação com perspetivas de estabilidade para o horizonte da legislatura”. Uma reunião que acontece um dia depois de o líder dos socialistas ter feito uma ronda de conversações com as forças parlamentares de esquerda (Bloco de Esquerda, PCP, PEV e Livre) e com o PAN, para aferir as condições de governabilidade nos próximos quatro anos.
A decisão de não avançar com o acordo por escrito prende-se com o facto de isso não trazer vantagens. “Entendemos que não havia vantagem em privilegiar um só partido, se houvesse o risco de, com isso, alienar a boa vontade e predisposição para entendimentos manifestados por todos os outros, em particular o PCP”, disse ao Expresso um responsável socialista.
Fonte socialista adiantou à agência Lusa que, se o PS fizesse um acordo escrito de legislatura apenas com o Bloco de Esquerda, estaria agora a hierarquizar parceiros na nova solução política, o que dentro do PS se considera indesejável.
Por outro lado, na sua intervenção, António Costa, para desdramatizar a ausência de qualquer acordo escrito, afirmou que o teor das anteriores declarações conjuntas com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV se esgotou há dois anos, a meio da legislatura. O importante, segundo o secretário-geral do PS, é que o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, assim como o Livre e o PAN, estão disponíveis para “análise conjunta prévia de orçamentos do Estado” e de outros documentos relevantes do ponto de vista político, assim como também não votam moções de rejeição ou de censura vindas de forças da direita.
O secretário-geral do PS foi assim “mandatado” para formar Governo, já que foi o partido que venceu as eleições e que elegeu deputados em todos os círculos. E como a primeira abordagens com os vários partidos demonstrou que tinham “vontade de trabalhar para que haja mais quatro anos de estabilidade política, estabilidade que é essencial para o desenvolvimento do país, para a confiança que gera crescimento e para a nossa credibilidade externa”, a solução será adotar “metodologia idêntica” à da legislatura anterior.
Já à entrada da reunião Costa destacou que está em curso “um diálogo com as diferentes forças políticas” de esquerda e com o PAN. “A mensagem que todas deram foi muito clara sobre a existência de condições para a formação do Governo e para o seu início em funções. Há uma vontade do conjunto destas forças políticas para dialogarmos permanentemente ao longo da legislatura, tendo em vista encontrar soluções e proceder-se à avaliação prévia de orçamentos e de outros documentos considerados de política fundamental”, respondeu, fugindo à pergunta se o PS já tinha alguma estimativa sobre o custo global das medidas que o Bloco de Esquerda coloca como condições para celebrar um acordo escrito de legislatura.
Tendo em conta que será este o tratamento que todos os partidos vão ter — compromisso de consultas prévias em relação a documentos fundamentais, como os Orçamentos do Estado e eventuais moções de censura — o Expresso avança que não haverá mais reuniões do PS, na próxima semana, nem com o BE nem com o PAN. Os novos encontros que vierem a ser marcados serão para conversar sobre o Orçamento do Estado.
À entrada, quando foi interrogado se espera críticas dentro do PS em relação à estratégia que tenciona prosseguir, renovando as aproximações prioritárias à esquerda e não com o PSD, o líder socialista sorriu e recorreu ao humor para responder.
“Não sei se haverá críticas. O PS é um partido livre, felizmente cada um pensa pela sua própria cabeça e se houver alguma oposição ela não deixará de se manifestar. E também se essa oposição se manifestar [os jornalistas] não deixarão de saber. Tudo aquilo que acontece dentro do PS é também conhecido fora das paredes do PS”, declarou.
(Notícia atualizada)
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