Mais teoria dos jogos ou complexidade económica? O que nos trará o novo Nobel da Economia
Um especialista em complexidade económica da Irlanda do Norte, um israelita que estuda a teoria dos jogos ou dois econometristas dinarmaqueses. As apostas para o Nobel da Economia.
Quem vai ganhar o prémio Nobel da Economia de 2019? As previsões são mais complicadas nas apostas para o escolhido do que as projeções económicas, mas sendo ambas igualmente falíveis, há quem escolha olhar para o número de citações dos principais economistas — uma medida de sucesso entre os seus pares — e aí há favoritos: o britânico W. Brian Arthur, o israelita Ariel Rubinstein, e os dinamarqueses Soren Johansen e Katarina Juselius.
Ponto prévio: apesar de ser comummente apelidado de Prémio Nobel da Economia e de o processo de seleção ser em tudo igual aos restantes, com a Academia a fazer uma seleção semelhante, o Nobel da Economia é o parente pobre destes prémios porque só existe desde 1965. Foi criado pelo banco central da Suécia e até a própria família Nobel rejeita este prémio como parte dos restantes.
Ainda assim, é considerado como um Nobel e é a maior honra que pode ser atribuída a um economista. Tradicionalmente, este prémio tinha vindo a ser atribuído a economistas cuja investigação já tem um longo período de maturação — pelo menos duas décadas –, mas isso mudou há cerca de uma década.
Da mesma forma, o prémio quase sempre privilegiou economistas da escola mais liberal de defesa do mercado livre, como Friedrich Hayek e Milton Friedman, apesar de ter tentado ser mais pluralista este século, com os prémios entregues a Paul Krugman ou a Joseph Stiglitz.
Ainda assim, a escola de Chicago é de longe a que mais prémios recebeu. Os premiados têm outras características em comum: a maior parte deles são norte-americanos e são quase todos homens (só uma mulher ganhou o Nobel da Economia até este ano).
Os ‘concorrentes’ deste ano
Não há listas de apostas, e a Academia Sueca não revela a shortlist dos economistas que estão a ser considerados desde setembro.
No entanto, há quem se atreva a tentar fazer previsões, como é o caso do Web of Science Group, da Clarivate Analytics, uma empresa comprada à Thomson Reuters, que tem vindo a fazer previsões para algumas categorias dos prémios Nobel, incluindo o prémio para a economia e, desde 2002, já acertou em pelo menos 50 nomes que vieram a receber o prémio, 17 deles o Nobel da Economia.
Para isso, a empresa recorre ao número de citações da investigação dos economistas, para ver o que basicamente significa o maior reconhecimento destes economistas entre os seus pares. E, para este ano, o Web of Science Group tem mais quatro nomes na lista das suas apostas para o prémio que a Academia vai atribuir esta segunda-feira.
Entre eles estão o economista oriundo da Irlanda do Norte, W. Brian Arthur, conhecido pelo trabalho em torno da teoria moderna para o aumento dos lucros, com implicações especialmente nas empresas do setor tecnológico, e da teoria da complexidade económica, uma forma diferente de olhar para os resultados económicos que pretende uma visão alargada para saber como cada uma das peças encaixa entre si.
Também entre os “escolhido”s, está o israelita Ariel Rubinstein, pela investigação desenvolvida em torno da teoria dos jogos, mais propriamente na negociação entre duas partes num sistema de equilíbrio perfeito.
O grupo aponta ainda a possibilidade de o prémio ser atribuído aos dinamarqueses Soren Johansen e Katarina Juselius pelos contributos para o desenvolvimento de modelos econométricos mais flexíveis na análise de séries longas de dados que ajudam os economistas a evitar um enviesamento para a confirmação das suas análises.
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