Parlamento chumba eleições antecipadas pedidas por Boris Johnson

O primeiro-ministro britânico precisava do apoio de dois terços dos deputados na Câmara dos Comuns para convocar eleições antecipadas. Boris Johnson vai pedir novamente eleições para 12 de dezembro.

O Parlamento britânico chumbou esta segunda-feira a possibilidade de avançar para eleições antecipadas no Reino Unido, como pedia Boris Johnson depois de não ter conseguido apoio suficiente para fazer avançar o acordo do Brexit de forma a garantir o abandono da União Europeia a 31 de outubro. Boris Johnson já anunciou que vai apresentar uma moção para pedir eleições antecipadas para o dia 12 de dezembro, num formato que exigirá apenas uma maioria simples para ser aprovada.

A moção para a convocação de eleições antecipadas sem data marcada foi chumbada por 299 votos contra, e apenas 70 a favor, deixando Boris Johnson a 135 votos dos dois terços necessários para fazer aprovar a moção.

No entanto, a convocação de eleições antecipadas ainda pode acontecer. O primeiro-ministro britânico já anunciou que vai apresentar uma moção para marcar eleições para o dia 12 de dezembro, uma quinta-feira, mas num formato legalmente diferente. Como se trata de uma moção curta, esta não precisaria da maioria de dois terços, precisando apenas de uma maioria simples.

“Esta casa não pode continuar a manter este país refém. (…) Agora que a possibilidade de sair sem um acordo está descartada, temos um grande novo acordo. É altura de os eleitores terem a oportunidade de se pronunciarem sobre esse acordo e substituir este Parlamento disfuncional por um novo Parlamento que consiga concluir o Brexit e permita ao país avançar”, disse Boris Johnson, depois de anunciar a apresentação da moção.

O líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, disse que irá analisar a moção de forma detalhada e que quer uma garantia “clara e definitiva que uma saída sem acordo está completamente descartada” e que “não há qualquer perigo de este primeiro-ministro faltar à sua palavra” e concluir o Brexit sem acordo.

Com a apresentação desta moção, Boris Johnson poderá ter a vida mais facilitada. Não só porque não precisa de uma maioria de dois terços, mas também porque poderá ter o apoio de partidos pró-União Europeia, como os Liberais e o Partido Nacional Escocês. Estes dois partidos têm vindo a dar indicações que pretendiam apresentar uma moção para realizar eleições a 9 de dezembro, porque entendem que um novo Parlamento poderia revogar a decisão de pedir a saída da União Europeia.

Os liberais defenderam no Parlamento que irão para eleições com a promessa que vão revogar no primeiro dia a decisão do Reino Unido de invocar o artigo 50.º, a cláusula do Tratado de Lisboa que prevê a saída de um país da União Europeia.

Há, no entanto, divergências em relação à data. O próprio líder dos trabalhistas defendeu que fazer eleições num dia útil retiraria muitos eleitores mais jovens das urnas, porque ainda é dia de escola — o que os deixaria longe da sua mesa de voto.

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