Aumento do salário mínimo “não é necessariamente uma má medida”, diz Vítor Bento

Chairman da SIBS defende que a estrutura empresarial da economia portuguesa tem de mudar porque as empresas mais pequenas não têm escala e que o aumento do salário mínimo pode forçar essa mudança.

O economista Vítor Bento defendeu esta terça-feira que o aumento do salário mínimo nacional “não é necessariamente uma má medida”, argumentando que a economia portuguesa tem um problema de estrutura empresarial que está a impedir o aumento dos salários.

Num contexto de pleno emprego, ou quase pleno emprego, o aumento administrativo do salário mínimo não é necessariamente uma má medida, porque pode forçar a restruturação deste segmento das pequenas e médias empresas”, disse o chairman da SIBS numa conferência promovida pelo Fórum para a Competitividade.

Segundo Vítor Bento, a economia portuguesa tem um problema de estrutura empresarial, sendo composta por uma maioria de pequenas e médias empresas que não têm escala e por isso também pressionam os salários para baixo.

No seu entender, ao forçar administrativamente o aumento do salário mínimo, a decisão iria de uma certa forma forçar a sobrevivência das empresas mais sustentáveis e com mais escala.

Esta mudança na estrutura empresarial, diz, seria uma receita para aumentar a produtividade na economia portuguesa.

Vítor Bento criticou ainda a ideia de que é necessário aumentar mais o IRC para permitir uma maior redistribuição da riqueza, dizendo que na verdade funcionaria de forma oposta: “Se não houver criação de riqueza, a sua possibilidade de aceder à sua distribuição é cada vez mais reduzida”.

“Este regime de IRC é um estimulo à permanência, à manutenção de baixos salários. É importante que do lado dos trabalhadores se perceba a contradição de dizerem que é preciso taxar mais os lucros”, diz.

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